Fibrasil terá controle compartilhado

Ángel Vilá, COO da holding dona da Telefônica Brasil afirmou hoje que modelo praticado aqui será de "co-controle". Grupo espanhol divulgou resultados para 2020, em que teve aumento do lucro líquido, forte impacto da Covid-19 e da desvalorização cambial na América Latina, principalmente Brasil.

O COO do grupo espanhol Telefónica, Ángel Vilá, avisou hoje que a empresa não abrirá mão do controle na Fibrasil, unidade de fibra óptica sendo criada no país. Segundo ele, a nova empresa será gerida em formato de controle compartilhado, com metade das ações nas mãos do parceiro, e metade dividida entre a Telefônica Brasil e a Telefónica Infra – braço internacional de infraestrutura fixa do grupo.

“No Brasil é diferente. Dividimos o país em três ‘tiers’ de cidades, o ‘tier 1’ recebe investimento da Telefônica, pertence 100% à Telefônica. O ‘tier 2’ será coberto por acordos, como o que foi feito com American Tower, com donos de fibra. E [na tier 3] a exploração em ‘co-controle’ com um parceiro, sendo 50% do parceiro, 50% dividido entre Telefônica Brasil e Telefônica Infra”, afirmou.

A empresa tem comunicado que a Fibrasil será dona de rede neutra, apesar de ter no controle compartilhado a operadora com maior número de clientes no celular, segunda do mercado em acessos fixos. Os investimentos, pelo menos até 2024, vão seguir estratégia de expansão da Telefônica. Na Anatel, este tipo de rede não é considerado neutra.

Empreendimentos semelhantes das rivais Oi e TIM preveem a entrega do controle do negócio ao comprador. As empresas manterão posição minoritária, conforme vêm divulgando até o momento. Mas também condicionam a venda a planos de investimento em linha com suas estratégias de expansão. Em todos os casos, as vendedoras serão clientes âncora das empresas de fibra óptica criadas.

Segundo a agência de notícias Bloomberg, o fundo internacional com o qual a Telefônica Brasil negocia a venda de 50% das ações da Fibrasil é o Caisse de Depot et Placement du Québec (CDPQ), fundo de pensão canadense.

Resultados de 2020

O grupo espanhol Telefônica divulgou hoje os resultados de 2020. A companhia registrou queda de 3,3% nas receitas em 2020, que somaram € 43,1 bilhões. O OIBDA (lucro operacional antes de impostos, depreciações e amortizações) menos o Capex foi de € 7,6 bilhões no ano, redução de 0,9%.

Ainda assim, o lucro líquido ficou em € 1,58 bilhão, alta de 38,5%. A empresa elevou sua margem operacional (menos Capex) em meio ponto percentual, para 20,4%. E também amortizou a dívida, que encolheu € 2,5 bilhões e agora é de € 35,2 bilhões.

Segundo a empresa, a pandemia de Covid-19 teve reflexo negativo relevante nas contas do ano, embora a desvalorização cambial nos países da América Latina tenha resultado em perdas maiores. A holding disse que perdeu € 1,9 bilhão em receitas por conta da crise sanitária no mundo, dos quais, € 302 milhões no Brasil. Também deixou de faturar outros € 3,13 bilhões no mundo em função do enfraquecimento do real e outras moedas.

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Rafael Bucco

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