Fibra vai gerar até R$ 6 bi em receita anual para a Oi daqui a três anos

Rodrigo Abreu, CEO da operadora, diz que receita total da Oi S.A. após a separação estrutural será de R$ 10 bilhões, sem contar os recebíveis da InfraCo.

A Oi está mais preparada operacionalmente para enfrentar a retração do mercado de telefonia fixa hoje do que estava em 2016, quando entrou em recuperação judicial em função da rede de acesso em fibra. Rodrigo Abreu, CEO da companhia, afirmou em coletiva de imprensa para os veículos especializados nesta terça-feira, 16, que em função da melhora operacional, poderá colher receitas de até R$ 6 bilhões daqui a três anos apenas com a venda de serviços em fibra residencial.

“Daqui a três anos a fibra residencial vai estar gerando valor de receita muito maior do que o STFC no início desse processo [de recuperação judicial]. Vai gerar R$ 4, R$ 5, R$ 6 bilhões de receita. E com um EBITDA muito mais alto”, falou o executivo.

O EBITDA (lucro antes de impostos, depreciações e amortizações) será maior justamente porque a empresa terá custos mais baixos, Capex também reduzido, e poderá recuperar os investimentos que vem sendo realizados neste momento.

Nova Oi

Quando a Oi definiu seu plano de recuperação judicial em 2018, previa a venda de ativos não estratégicos. Mas, como apresentado nessa segunda-feira, tudo mudou. Abreu defendeu que houve impactos externos incontroláveis que obrigaram o aditamento do plano de recuperação.

“Do ponto de vista operacional, a companhia está não apenas entregando, como o plano é impecável. Mas além de fatores externos regulatórios, vem uma pandemia que faz o câmbio se desvalorizar e reflete em quase R$ 7 bi na dívida…, então temos que fazer alguma coisa para o plano ser viável de novo”, ressaltou.

Uma vez realizada a separação estrutural da Oi, que passará a ter como ativos a base de clientes residenciais e corporativos e a participação na InfraCo, ele prevê forte geração de receita.

“Do ponto de vista de tamanho de empresa, hoje temos receita de R$ 20 bilhões, sendo R$ 7 bilhões de móvel e pouco menos de R$ 2 bilhões de atacado. Ao final da separação, estamos falando em ter uma Oi S.A. com receita crescente, que seguramente pode ter mais de R$ 10 bilhões de receita, que isso ainda será somado à receita da empresa de infraestrutura, que será muito maior, e da qual teremos metade”, disse.

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Rafael Bucco

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