Feninfra: alta dos juros já pressiona custos das empresas

Entidade quer parcelamento em até 60 vezes das dívidas resultantes de sentenças da Justiça do Trabalho

Vivien Mello Suruagy, presidente da Federação Nacional de Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicação e de Informática (Feninfra), manifestou hoje, 4, preocupação com as sucessivas elevações da Selic. O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) aprovou nesta quarta aumento da taxa Selic de 4,25% ao ano para 5,25%.

Embora o Boletim Focus do Banco Central de 2 de agosto tenha sinalizado aumento da pressão inflacionária pela 17ª semana consecutiva, a dirigente pondera que há limites para que os juros funcionem como mecanismo para contê-la e, a partir de determinado patamar, pode até retroalimentá-la, ao aumentar os custos das empresas.

A presidente da Feninfra argumenta que os setores produtivos brasileiros já vêm arcando com excessivos ônus, agravados pela pandemia. “Por isso, defendemos uma redução de impostos através da reforma tributária e adoção de parcelamento, em até 60 vezes, das dívidas resultantes de sentenças da Justiça do Trabalho”, enfatiza.

A Feninfra representa um setor que abrange mais de 137 mil empresas, empregadoras de 2,2 milhões de trabalhadores. “Para todo esse contingente, assim como toda a economia, a crise da Covid-19 exige gestão ponderada da política econômica. Os juros não são a única ferramenta de controle inflacionário. Também é fundamental garantir um ambiente de negócios estimulante à produção e à prestação de serviços, cuja oferta alinhada à demanda é um fator poderoso de contenção inflacionária”, ressalta Vivien.

A pandemia aumentou a demanda por serviços de internet e TI, com milhões de pessoas trabalhando em home office e crescimento de compras, eventos e transações on-line, além das aulas remotas adotadas em todos os níveis do ensino público e privado. Cresceram os serviços, mas também a inadimplência, criando-se um descompasso no custeio e fluxo de caixa de diversas empresas do setor, que enfrentam dificuldades para fazer frente a custos atrelados aos encargos, dívidas trabalhistas e juros elevados. “Acrescentar aumento de juros a essa equação é um complicador preocupante”, conclui a presidente da Feninfra. (Com assessoria de imprensa)

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Da Redação

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