Fatia da Oi comprada pela Vivo teve lucro de R$ 15 milhões no trimestre
A Garliava, empresa criada pela Oi para receber a fatia dos ativos móveis que foram vendidos para a Vivo, teve lucro de R$ 15 milhões entre 20 de abril e o final de junho. O dados consta do balanço do Grupo Telefónica, dono da Telefônica Brasil, divulgado nesta quinta-feira, 28.
Além do lucro equivalente a € 3 milhões, a fatia comprada gerou receitas de € 68 milhões, o que equivale a R$ 359 milhões.
O balanço da holding mostra o racional estimado para o valor pago pelos ativos móveis da Oi. Pelos cálculos, do € 1 bilhão (R$ 4,88 bilhões) pago pela Telefônica, € 506 milhões foram pelo valor das licenças de espectro da Oi. Apenas € 22 milhões foram pela carteira de clientes. As licenças de direitos de passagem da Oi foram avaliadas em € 129 milhões.
Vale lembrar que o negócio deu à Vivo 12,5 milhões de usuários da Oi Móvel, 43 MHz de espectro e contratos de uso de 2,7 mil estações móveis, boa parte das quais serão vendidas.
Resultados do Grupo Telefónica no mundo
Os resultados do segundo trimestre de 2022 do Grupo Telefónica mostram forte queda nos lucros. Os dados divulgados pela companhia apontam retração de 96% no lucro líquido trimestral na comparação com o mesmo período de 2021. A cifra encolheu para € 320 milhões.
As receitas da companhia cresceram apenas 0,8%, para € 10,04 bilhões. O OIBDA, lucro operacional antes de impostos, depreciações e amortizações, caiu 76,6%, para € 3,14 bilhões. O endividamento, por sua vez, aumentou 8%, para € 28,8 bilhões.
Os números do grupo foram impactados positivamente pela valorização do euro em relação a outras moedas dos mercados onde tem operações. E foram negativamente impactados por mudanças estruturais, como a criação de joint venture com a Virgin no Reino Unido, a venda da Telxius Towers e das unidades de Costa Rica e El Salvador. Tudo isso levou a redução de € 1,11 bilhão nas receitas no trimestre.
O Grupo Telefónica tem operadoras na América Latina, no Brasil, na Espanha, no Reino Unido e na Alemanha. A unidade brasileira representa 19% das receitas totais geradas, mas foi a subsidiária que mais cresceu no trimestre: 35%. Na Espanha, as receitas subiram 1,3%. No Reino Unido, 1,9%. Na Alemanha, 5,8%. E na América Latina (sem Brasil), 18,4%.
Revisão das previsões
O encolhimento das métricas trimestrais não devem representar o resultado para o ano, no entanto, afirma a companhia. Ao divulgar os resultados, a Telefónica reviu as previsões para os 12 meses de 2022. Antes, a estimava era de crescimento de “um dígito baixo” nas receitas. Agora, diz que será de “um dígito baixo mais alto”, o que é de supor que seja de 4% ou mais. O OIBDA, que também andaria de lado pela previsão anterior, deve ficar acima de 2,5%. E o Capex será acima de 15%.