Fabricantes deixarão de vender quase 28 milhões de computadores neste ano

Falta de previsibilidade sobre retomada no Brasil e no México vão derrubar em 16% embarques de PCs na América Latina no segundo trimestre.
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A retração mundial da economia que deve acontecer neste ano em função da pandemia de covid-19 terá importante reflexo nas vendas de computadores. Estimativa da consultoria Canalys aponta que 27,8 milhões de PCs e tablets deixarão de ser vendidos pelas fabricantes. O número representa uma retração de 7% sobre a quantidade produzida em 2019.

A crise vai afetar o setor ao longo de 2021, quando, estima a empresa de pesquisa de mercado, haverá estabilidade das vendas em relação a 2020. Crescimento mesmo só virá em 2022, quanto calcula-se uma expansão de 2%.

Ao todo, a Canalys prevê embarques neste ano de 367,8 milhões de PCs e tablets. As vendas de computadores no primeiro trimestre despencaram cerca de 10%. No segundo trimestre espera-se queda de 6%, de 3% no terceiro, e novamente de 6% no último.

A consultoria afirma que, embora a cadeia logística esteja já reorganizada na maior parte do mundo, especialmente na China, usuários, empresas e governos que enfrentam recessão em outros países vão priorizar investimentos nos próximos meses, deixando de lado aportes na renovação do parque computacional.

O segmento de desktops deve ser o mais afetado, por atender justamente o mercado público e corporativo. O segmento de tablets deve ter problemas no último trimestre, com estes aparelhos sumindo na lista de desejos natalinos. Já o mercado de notebooks está mais bem posicionado, uma vez que as vendas cresceram desse tipo de produto por conta da adoção massiva do home office.

Brasil mais atrasado que o resto do mundo

A Canalys dedicou espaço da sua análise para citar Brasil e México. Ambos os países, diz, apresentam certo retardo em relação ao resto do mundo quanto à incidência da pandemia. Ao mesmo tempo, ausência de medidas concretas de combate à doença devem tornar mais longa a curva de recuperação do mercado de PCs, uma vez que o tempo da crise sanitária tende a ser também mais largo.

Por isso, a consultoria calcula que a queda nas vendas dos fabricantes no mercado latino-americano tenha um tombo mais acentuado que o resto do mundo, chegando a 16% no segundo trimestre. No terceiro trimestre, a queda será de 6%, e no último, de 9%. A retomada do mercado de PCs na região se dará apenas a partir do final do segundo trimestre de 2021, prevê.

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Rafael Bucco

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