Europeus impedem venda da O2 pela Telefónica
A Telefónica não poderá vender sua operação móvel no Reino Unido, a O2, para o grupo CK Hutchison, dono da Three. O negócio movimentaria US$ 14,9 bilhões. A decisão da Comissão Europeia, que já era esperada, foi publicada hoje, 11. A fusão criaria a maior operadora móvel local e, segundo a autoridade antitruste europeia, resultaria em menor competição, aumento de preços e menor capacidade de inovação do setor.
Existem atualmente quatro operadoras móveis no Reino Unido: EE (da British Telecom), O2 (da Telefónica), Vodafone e Three (da CK Hutchison). A Three é considerada pelo órgão a mais agressiva e inovadora das quatro. Foi a primeira a reduzir preços e implantar o 4G sem taxas extras aos clientes. Também lançou pacotes de roaming e voz sobre LTE. A O2 é vista como a marca mais valiosa. É a que tem mais clientes, embora seja a segunda maior em receita do país.
A Comissão Europeia afirma que as características da fusão proposta são diferentes das vistas nos últimos anos na Europa, na Áustria, Dinamarca, Irlanda e Alemanha). De semelhante, apenas a redução de quatro para três concorrentes locais. De resto, ambas as operadoras têm contratos de compartilhamento de infraestrutura com as rivais EE e Vodafone. “Portanto, a fusão impactaria toda a infraestrutura móvel do Reino Unido”, diz a comissão.
A empresa resultante da fusão teria, na visão da autoridade antitruste, melhor infraestrutura e mais capacidade de atrair clientes que as concorrentes, sem necessariamente aumentar o investimento médio por cliente. Para gerar sinergias, as comissão sugere que as empresas trabalhem com acordo de compartilhamento, em vez de buscar a fusão.
Em nota, a Hutchison afirma que pode recorrer à Justiça europeia para rever a questão. Diz, ainda, que vai trabalhar para que a Comissão Europei aprove a compra Wind, na Itália, onde também tem uma operação da Three. A Telefónica não se manifestou.