EUA desistem de obrigar Apple a acessar dados de iPhone de terrorista
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos desistiu de obrigar a Apple a ajudar a obter os dados de iPhone do terrorista de San Ber
nardino. Os promotores que moviam a ação alegaram que o FBI conseguiu obter os dados, o que dispensa a ajuda da fabricante do aparelho.
O caso começou em janeiro, um mês após um ataque terrorista ocorrido cidade de San Bernardino, na Califórnia, nos Estados Unidos. O FBI pediu ajuda da Apple para acessar a memória do dispositivo pertencente a Syed Farook. A Apple se negou a entregar informações que permitissem a quebra dos sistemas de segurança do iPhone, o que gerou repercussão em todo o mundo sobre os limites da privacidade do usuários e de atuação das empresas de tecnologia. A companhia obteve apoio de outras, como Google e Facebook, mas recebeu críticas da Microsoft.
A batalha foi para os tribunais em fevereiro. A Apple defendeu que, ao quebrar a criptografia do aparelho minaria a segurança de todos os usuários, facilitando também o acesso por pessoas mal intencionadas. Vinha recorrendo desde então de decisão que a obrigava a colaborar.
Na semana passada, o FBI teria iniciado uma nova abordagem para extrair os dados, com ajuda da israelense Cellebrite, segundo rumores na imprensa internacional. Já em 22 de março, o método teria funcionado. Segundo os promotores, com os dados obtidos, já não há mais necessidade de exigir a colaboração da Apple. Com isso, o Departamento de Justiça pediu a anulação da ordem judicial que vinha sendo questionada pela fabricante.
Em nota encaminhada ao site The Verge, o Departamento de Justiça afirmou que, embora tenha pedido a anulação da ordem, não significa que tenha mudado de posição. “Continua a ser prioridade do governo assegurar que a aplicação da lei permita obter informações digitais cruciais para a segurança nacional e segurança pública”, afirma.
Por sua vez, a Apple afirmou que mantém sua posição de que não deveria ser obrigada a facilitar o acesso a dados pessoais armazenados em seus aparelhos por considerar que todo cidadão, em todo o mundo, tem direito à privacidade e segurança de dados. “Sacrificar um para garantir outros apenas coloca pessoas e países em risco maior”, diz.