Estratégia da Claro será ampliar market share em 2018

Plano pode levar operadora a abrir mão de receita no curto prazo, mas expectativa dos executivos é recuperá-las no médio prazo. No celular, medida começou com oferta de voz ilimitada em abril, o que resultou em um aumento de 810% na migração de usuários das rivais para a Claro.

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A Claro Brasil definiu com um dos principais objetivos para 2018 ampliar sua participação de mercado em todos os segmentos nos quais trabalha. Para isso, a operadora vai aumentar a agressividade na oferta de combos, inaugurar redes de banda larga fixa em novos mercados, e redes móveis 4,5G em mais cidades.

“Esperamos manter o ritmo de crescimento e ganhar participação de mercado de forma sustentável, procurando a liderança nos mercados em que atuamos”, afirmou José Félix, presidente da companhia, durante evento a jornalistas, em São Paulo.

A opção de buscar market share pode significar uma redução das margens da operadora. Mas o risco é calculado. “Não tem como aumentar market share sem cair o EBITDA”, resumiu o executivo, falando sobre a rubrica do balanço financeiro que representa o lucro antes de amortizações, depreciações, pagamentos de juros e impostos.

Segunde ele, a fundação está lançada e assentada. “Neste ano reorganizamos a empresa, com foco nos três segmentos em que atuamos, sem no entanto perder as sinergias. Temos a unidade de negócio residencial, que trabalha a banda larga fixa, o vídeo sob demanda, a telefonia fixa; a unidade de mercado pessoal, com serviços móveis, aplicativos, tudo o que é mobilidade; e a unidade de mercado empresarial, com assoluções para empresas”, ressaltou. As unidades são, respectivamente, Net, Claro e Embratel.

A operadora terminará 2017 com 212 mil km de bakbone óptico instalado, 18 mil km de cabos submarinos, nove satélites, 18 mil antenas (estações radiobase) e quatro data centers.

Mobilidade

O CEO da divisão de mobilidade da Claro Brasil, Paulo Cesar Teixeira, também destacou o foco em market share. “Elegemos como prioridade a liderança de mercado no Brasil”, afirmou. Ele exemplificou como a estratégia para isso pode ser agressiva. Em abril, a operadora foi a primeira a implantar chamadas ilimitadas no país, inclusive no pré-pago. “Ninguém imaginou que isso seria possível”.

A medida aconteceu com algum sacrifício. Abriu-se mão de receita no curto prazo, mas ele espera recuperá-la “no médio prazo”. Teixeira afirma que a estratégia funciona bem. Tanto que desde o lançamento da voz ilimitada, a empresa viu saltar a quantidade de clientes que migraram das concorrentes. Ele contou que houve um crescimento de 810% na chegada de assinantes portados neste ano, comparado a 2016. No pós-pago, a adesão de novos clientes saltou 345%.

Apesar de abrir mão de alguma receita de voz, os investimentos foram preservados. “Estamos investindo em qualidade e cobertura de rede, inovação das ofertas, experiência de cliente melhor em lojas e canais digitais, e construindo marca forte e aspiracional. Modernizamos 9 mil sites, instalamos 2 mil novos sites, ativamos rede 4,5G nas principais capitais, faltam apenas quatro mercados. Quase todos os sites estão conectados com fibra”, elencou.

O executivo usou como exemplo de compromisso com o cliente a tecnologia VoLTE, de voz sobre LTE. Ou melhor, a não adoção dessa tecnologia. “Estudamos implantar, mas por enquanto, ela tem uma taxa de queda de chamadas mais alta do que as chamadas tradicionais. Não queremos sacrificar qualidade. Isso é importante para empresas que não têm o espectro que temos”, disse. A Claro usa frequências de 2,6 GHz, 1,8 GHz, 850 MHz e 700 MHz.

Programa de milhagem

A Claro também anunciou hoje parceria com o programa de milhagem Smiles. A partir de agora, assinantes de telefonia móvel pós-paga, controle ou banda larga que contratem também o programa Claro Clube poderão trocar pontos por milhas, e comprar passagens aéreas ou trocar por outros produtos. Pelo acordo, um ponto Claro será equivalente a uma milha no Smiles.

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Rafael Bucco

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