Estabilidade financeira no Brasil: não há riscos, segundo Banco Central

Relatório de Estabilidade Financeira (REF) divulgado nesta terça-feira (30), baseia-se em informações referentes ao segundo semestre de 2023

relatório de estabilidade financeira

Publicado a cada seis meses, o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) referente ao segundo semestre do ano passado mostra que não há risco relevante para a estabilidade financeira. De acordo com o Banco Central (BC), o Sistema Financeiro Nacional (SFN) mantém-se num nível confortável de capitalização e liquidez. Além disso, o BC afirma que testes de estresse de capital e de liquidez demonstram que o sistema bancário brasileiro é robusto.

 Economia real

Se por um lado o financiamento à economia real manteve-se em ritmo de desaceleração, o REF apontou que houve sinais positivos na percepção de risco e no afrouxamento da política monetária. No caso das famílias, essa desaceleração prosseguiu no ritmo de crescimento, mas com estabilidade para cartão de crédito e crédito não consignado. Por outro lado, houve aceleração na carteira de veículos.

Já em relação às empresas de menor porte, a desaceleração do crédito suavizou-se. Para as grandes empresas, o mercado de capitais segue como fonte relevante de financiamento.

Risco

O apetite ao risco das IFs (instituições financeiras) que vinha se reduzindo, sinaliza estabilidade. No entanto, o ambiente continua demandando atenção. Em relação às famílias, os critérios de contratação foram mantidos após período de melhora na qualidade. Concernente às empresas, não se percebeu alteração relevante nos critérios de contratação. Considerando os riscos relacionados à atividade econômica, ao comprometimento de renda e ao endividamento das famílias ainda elevados, e à pressão sobre a capacidade de pagamento das empresas de menor porte, o ambiente continua demandando preservação da qualidade das concessões.

O REF apresentado pelo BC aponta ainda estabilidade no que diz respeito ao apetite ao risco das instituições financeiras, mas alerta que o ambiente continua exigindo atenção. “Concernente às empresas, não se percebeu alteração relevante nos critérios de contratação. Considerando os riscos relacionados à atividade econômica, ao comprometimento de renda e ao endividamento das famílias ainda elevados, e à pressão sobre a capacidade de pagamento das empresas de menor porte, o ambiente continua demandando preservação da qualidade das concessões”, aponta o BC.

Rentabilidade

Outro tópico abordado no REF é a rentabilidade do sistema bancário. De acordo com o documento, houve tímida recuperação, mas com perspectiva positiva para este ano. O aumento das despesas com provisões foi uma causa importante para o recuo da rentabilidade nos semestres anteriores. Essas despesas estabilizaram-se no segundo semestre de 2023 e deverão estar menos pressionadas em 2024 em razão da melhor qualidade das concessões de crédito recentes. Além disso, a queda da taxa Selic reduz as despesas com captações, ameniza o risco e estimula a demanda por crédito e outros serviços bancários”, explica o BC.

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Da Redação

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