Esalqtec completa 15 anos e se prepara para nova expansão

Incubadora recebeu o sinal verde da Agência de Inovação da USP para ampliar área. Também deverão ser criados dois hubs, um de agricultura digital e o outro de biotecnologia

Em seu 15º aniversário completado este ano, a incubadora Esalqtec que nasceu dentro da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq-USP) apresenta números que comprovam sua importância no ecossistema de inovação da agropecuária brasileira. Receberam seu apoio 240 startups, conta com 114 empresas associadas, 18 graduadas e 11 com projetos de pré-incubação. Depois de ter sido uma das principais incentivadoras da criação do chamado Agtech Valley, em Piracicaba, agora ela se volta para novos ciclos e se prepara para uma nova expansão.

No seu processo de aperfeiçoamento, a incubadora quer reforçar o campo das ideias. “Essa é uma área que precisávamos trabalhar mais, buscar as ideias que poderiam se tornar em projetos incubados. Tivemos para isso o Acelera Esalq, uma proposta para estimular alunos com veia empreendedora a trabalharem ideias e que poderiam ser convertidas em startups a serem incubadas”, comentou Felipe Pilau, professor doutor do Departamento de Engenharia de Biossistemas na área de Física e Meteorologia da Esalq.

A agência de Inovação da USP já deu o sinal verde para expansão da incubadora, também como parte de seu objetivo de incentivar o empreendedorismo no estado. Esse crescimento deverá envolver mais área para a Esalqtec – atualmente ocupando 10 mil metros quadrados na fazenda Areão, no campus da Esalq – inclusive podendo atrair a iniciativa privada para manaterem profissionais dentro do campus trabalhando em projetos de inovação. A ideia também é criar dois hubs distintos, um que possa atender á agricultura digital e outro para a área de bioeconomia.

Em 2018 a Esalqtec também teve um ciclo de mudanças, segundo Sergio Pascholati, que passou desde aperfeiçoamentos na parte burocrática até melhora na integração e performance de disciplinas diversas, como TI, biotecnologia, treinamento de pessoal e busca de mais conhecimento. “Demos um giro de 180 graus”, observou o acadêmico que, na ocasião, presidia o Conselho Deliberativo da incubadora que, atualmente, tem o professor Pilau  na presidência.

Os ventos do empreendedorismo, que nos últimos anos entraram para o currículo da própria Esalq, levam para a Esalqtec um grande número de projetos que podem ser comandados por alunos, empreendedores de outras localidades, ou até mesmo por professores que desejam inovar no campo das startups. Marcelo Poletti, CEO da Promip, tinha uma pesquisa realizada dentro da Universidade quando foi incentivado a transformá-la em uma estratégia de negócios. A empresa trabalha com controles biológicos e tem serviços especializados para a implementação de programas de manejo integrado de pragas. Foi   criada em  2006 e ficou dois anos incubada na Esalqtec

A trajetória de Cristiane Tibola, CEO da Pragas.com, é o caminho inverso. Formada no Rio Grande do Sul e com um bom projeto nas mãos, a executiva escolheu Piracicaba e mais propriamente a Esalqtec, para dar continuidade a seu negócio. E considera que foi uma das boas decisões que tomou, passando a ter suporte em áreas de testes, validação de produtos e outras necessidades dentro da incubadora. “Há um estudo que mostra que a chamada morte súbita de startups no mercado é de 60% nos casos das que não foram incubadas contra 20% quando é o contrário.

Os executivos e acadêmicos participaram hoje do debate sobre os 15 anos da Esalqtec e seus desafios durante o AGROtic 2021 que encerra amanhã. Ele é realizado pelo Telesíntese em parceria com a Esalqtec.

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Wanise Ferreira

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