Ericsson vende parte da divisão de mídia

Ericsson registrou prejuízo em 2017. Resultados ficaram positivos no Brasil. Mas, no mundo, foram afetados por baixa contábil, desvalorização do dólar, custos de reestruturação e vendas mais fracas na China.

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A fabricante de equipamentos de telecomunicações Ericsson anunciou hoje, 31, a venda de 51% da sua divisão de mídia para o fundo One Equity Partners (OEP). O valor não foi revelado.

A empresa vinha tentando, ainda, vender a empresa Red Bee Media, da qual é dona. Mas afirma em comunicado que os lances não atingiram o valor desejado. O negócio continuará a ser explorado pela companhia, mas como subsidiária independente.

Resultados de 2017

A fabricante registrou prejuízo líquido equivalente a US$ 4,47 bilhões em 2017. Em 2016 a empresa lucrava US$ 214 milhões. O resultado foi impactado pela baixa contábil de quase US$ 2 bilhões anunciada no começo do ano e também pela desvalorização do dólar frente a Coroa Sueca. Também reflete a baixa no faturamento, que caiu 10%, para US$ 25,6 bilhões.

Segundo a empresa, a queda nas receitas também foram motivadas pela queda de contratações de sistemas LTE por operadoras na China e por amortização de empréstimos realizados no período.

Todas as rubricas da empresa tiveram piora no ano passado. A margem caiu de 29,8% em2016 para 22,1%. O lucro operacional retraiu-se 38,1%. A margem operacional ficou negativa em 18,9%. O fluxo de caixa das operações encolheu de US$ 1,7 bilhão para US$ 1,1 bilhão.

A Ericsson continua tocando uma reestruturação profunda. No quarto trimestre demitiu 10 mil funcionários diretos e terceirizados mundo afora, pouco menos de 10% de sua força de trabalho. A meta da companhia é reduzir custos em US$ 1,2 bilhão até meados de 2018. Até o momento, atingiu 60% desta meta.

O desempenho internacional do grupo destoa da unidade brasileira. A Ericsson chama a atenção no balanço para o os negócios no Brasil. Eles compensaram em boa medida os resultados da divisão “Europa e América Latina”. Não fosse o mercado local, haveria uma retração maior das receitas obtidas nessas regiões, que ficou em -10% na comparação anual.

2018

Para este ano, as previsões da empresa são um pouco melhores. O CEO da companhia, Börje Ekholm, diz esperar retração de 2% no mercado de estações radiobase, enquanto ano passado o encolhimento foi de 8%.

O mercado chinês continuará a diminuir, e os resultados deverão vir da América do Norte. A companhia pretende reduzir gastos em ao menos 1%. Os investimentos em pesquisa e desenvolvimento vão encolher 2%.

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Rafael Bucco

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