Ericsson tem prejuízo no 2º trimestre, mas mantém otimismo com 5G e segmento corporativo

Apesar da perda líquida, companhia sueca teve alta de receita entre abril e junho, com destaque para os negócios na Índia; empresa diz que detém cerca da metade do tráfego 5G no mundo, excluindo a China, e que fechou contrato com um fornecedor de dispositivos
Apesar de prejuízo no 2º trimestre, Ericsson mantém confiança no 5G
Sede da Ericsson, em Kista, em Estocolmo, na Suécia; prejuízo no 2º trimestre não abala confiança no 5G (crédito: Ericsson/Divulgação)

A Ericsson divulgou, nesta sexta-feira, 14, os resultados financeiros do segundo trimestre deste ano, período em que registrou prejuízo líquido de 600 milhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 58,6 milhões). No mesmo intervalo do ano passado, a empresa lucrou 4,7 bilhões de coroas suecas (US$ 460 milhões).

A baixa se deve, segundo a companhia, a despesas de reestruturação. Conforme o balanço, a empresa demitiu 1.041 funcionários entre abril e junho, como parte de um plano de redução do quadro funcional anunciado em fevereiro. Com isso, a fabricante de equipamentos de telecomunicações fechou o sexto mês do ano com 103.890 empregados.

No acumulado do primeiro semestre, a Ericsson acumula um ganho de 1 bilhão de coroas suecas (US$ 98 milhões), saldo 87% inferior ao da primeira metade de 2022 (7,6 bilhões de coroas suecas, ou US$ 740 milhões).

A receita líquida, por outro lado, avançou 3% no segundo trimestre na comparação anual, chegando a 64,4 bilhões de coroas suecas (US$ 6,3 bilhões). No entanto, as vendas ajustadas para unidades e moedas comparáveis mostram queda de 9%.

Setores

Assim como no primeiro trimestre, a divisão que se destacou no período de abril a junho foi a corporativa, com a receita crescendo 275%, alcançando 6,4 bilhões de coroas suecas (US$ 620 milhões). O faturamento do setor, contudo, é apenas o terceiro em ordem de importância para a Ericsson.

O segmento de serviços e software em nuvem teve alta de 8%, somando 15,1 bilhões de coroas suecas (US$ 1,47 bilhão) no segundo trimestre. O negócio de redes, ao contrário, teve queda de 8% na receita, que ficou em 42,4 bilhões de coroas suecas (US$ 4,14 bilhões).

Analisando o recorte geográfico, os negócios da Ericsson avançaram 74% na região composta por Sudeste da Ásia, Oceania e Índia. “O crescimento das vendas na Índia compensou parcialmente o abrandamento esperado que vimos em outros mercados, principalmente na América do Norte, onde o ritmo de construção foi moderado e os níveis de estoque do cliente foram reduzidos”, afirma Börje Ekholm, presidente e CEO da Ericsson, em trecho do balanço financeiro.

A receita também cresceu na Europa e na América Latina (4%) e na África e no Oriente Médio (2%). Houve queda de 37% na América do Norte e de 31% no Nordeste da Ásia.

Perspectivas

Na avaliação da Ericsson, os resultados do segundo trimestre, “apesar das condições desafiadoras do mercado”, atenderam às expectativas. A empresa ainda destacou que, excluindo a China, suas estações rádio base transportam cerca da metade do tráfego 5G no mundo. Com base nisso, a companhia planeja expandir a divisão de negócios corporativos e aumentar o mercado endereçável.

No documento, a Ericsson informou que fechou um “importante contrato de licenciamento 5G com um fornecedor de dispositivos”, ampliando o alcance de suas propriedades intelectuais. A empresa estima que as assinaturas de serviços 5G cheguem a 1,5 bilhão até o fim de 2023 e alcancem 4,6 bilhões de consumidores até 2028. A companhia também nutre boas expectativas em relação ao FWA, espécie de modem fixo para rotear o sinal de quinta geração móvel.

“Seguimos executando com disciplina e foco sem perder de vista o longo prazo. Estamos alavancando nossa tecnologia 5G, expandindo nossos negócios corporativos e conduzindo nossa transformação cultural para acelerar nossa trajetória de crescimento e moldar o cenário do setor de comunicações”, pontua Ekholm.

Por fim, a empresa sinalizou que os resultados do terceiro trimestre devem se beneficiar do processo de redução de custos em curso.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

Artigos: 1137