Ericsson registra prejuízo após baixa contábil de ativos da Vonage

Resultado da Ericsson reflete ainda volta ao normal das compras pelas operadoras da Índia, que em 2023 investiram mais do que a média

A fabricante de equipamentos para redes móveis Ericsson registrou prejuízo no segundo trimestre de 2024, em função de baixa contábil de ativos da Vonage, unidade responsável pela oferta de serviços de APIs do grupo.

O impairment somou-se à diminuição das receitas, que encolheram 7% no período, comparado com o segundo trimestre de 2023, levando ao resultado geral negativo. As vendas que mais caíram foram na área de redes, em que a retração foi de 11%.

Börje Ekholm, presidente e CEO da Ericsson (crédito: Ericsson/Divulgação)
Börje Ekholm, presidente e CEO da Ericsson (crédito: Ericsson/Divulgação)

A Ericsson afirma, no balanço financeiro divulgado nesta sexta-feira, 12, que houve menor procura por parte das operadoras na Índia, por exemplo, responsável pela grande expansão da companhia em 2023. O recém firmado contrato com a AT&T nos EUA não foi o suficiente para compensar a retração de outros mercados.

A única região do mundo onde a Ericsson elevou receitas no segundo trimestre foi a América do Norte. Na América Latina e Europa, houve queda de 2% do faturamento devido a diminuição dos investimentos das operadoras e aumento da competição. Na Ásia, a queda foi de 44% devido justamente à normalização dos investimentos das teles indianas.

Dessa forma, as receitas da empresa no segundo trimestre foram de 59,8 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 5,68 bilhões), 7% a menos que um ano antes. O EBITDA saltou de 0,5 bilhão de coroas para 2,4 bilhão de coroas suecas agora, enquanto o prejuízo líquido passou de 600 milhões de coroas suecas em junho de 2023 para 11 bilhões no segundo trimestres de 2024.

Börje Ekholm, CEO da companhia, afirmou em conferência com analistas que a estratégia da Ericsson segue inalterada. O foco permanece em manter a liderança no mercado de redes móveis, crescer no segmento corporativo com abordagem mais seletiva, continuar o desenvolvimento da plataforma global de APIs de rede.

Mas, diz, com “gestão prudente dos negócios”, ou seja, novas reestruturações voltadas a custos não são descartadas. Apenas em 2024, a companhia projeta dispender entre 3 e 4 bilhões de coroas suecas (até US$ 380 milhões) com medidas para diminuir gastos.

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Rafael Bucco

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