Ericsson aponta estabilização no mercado de RAN após lucro no 3º tri

Fabricante obteve lucro líquido de 3,9 bilhões de coroas suecas entre julho e setembro; vendas de equipamentos de rede cresceram significativamente na América do Norte
Ericsson aponta que mercado de RAN deve entrar em estabilização no quarto trimestre
Para Ericsson, mercado de RAN deve entrar em estabilização ainda este ano (crédito: Ericsson/Divulgação)

Após prejuízo no segundo trimestre, a Ericsson se recuperou e registrou lucro líquido de 3,9 bilhões de coroas suecas (aproximadamente US$ 380 milhões) no terceiro período do ano, graças, sobretudo, ao desempenho das vendas na América do Norte.

Na comparação anual, a fabricante de equipamentos de rede teve um terceiro trimestre muito melhor do que o do ano passado, quando amargou um prejuízo líquido de 30,5 bilhões de coroas suecas (US$ 2,94 bilhões), resultado largamente influenciado pela baixa contábil relacionada à aquisição da Vonage.

Apesar dos ganhos financeiros, a Ericsson registrou outra queda de receita, desta vez de 1%, em termos orgânicos, em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento totalizou 61,8 bilhões de coroas suecas (US$ 5,97 bilhões).

As divisões de Rede (a de maior importância para os negócios da companhia) e Software e Serviços em Nuvem registraram queda de 1%. No caso de Redes, houve forte crescimento na América do Norte (alta de 80% ante o mesmo trimestre do ano passado), com apoio do contrato firmado com a operadora norte-americana AT&T. No entanto, as vendas na região não foram o suficiente para compensar volumes mais modestos em outros mercados.

Além disso, a divisão Corporativa (Enterprise) teve declínio de 3%. Segundo a Ericsson, a baixa foi puxada pela redução das vendas da sua Plataforma Global de Comunicações.

Levando em conta todas as áreas de atuação, as vendas da Ericsson caíram 22% no Oriente Médio e África, 29% no Nordeste da Ásia e 43% na região composta por Sudeste da Ásia, Oceania e Índia. Na América Latina, a receita diminuiu 2% “devido ao aumento da concorrência e menores investimentos na rede de clientes”.

Por outro lado, os resultados positivos foram vistos na Europa, onde as vendas “aumentaram ligeiramente”, e na América do Norte, com alta de 55% no terceiro trimestre.

Sinais de melhora

Na avaliação do presidente e CEO da Ericsson, Börje Ekholm, o mercado de redes deve voltar ao equilíbrio em breve. No relatório financeiro, ele diz que a recuperação na América do Norte traz “sinais de que o mercado global está se estabilizando”.

Em sua projeção, contrariando uma estimativa da consultoria Dell’Oro que indica que o setor só deve se recuperar com a chegada do 6G, as vendas da divisão de Redes devem se estabilizar “ano a ano durante o quarto trimestre”.

Ekholm, no entanto, não demonstra o mesmo otimismo com o segmento corporativo a curto prazo, que deve sofrer “uma maior pressão de vendas”, à medida que a empresa se concentra em verticais rentáveis.

Para o executivo, a joint venture de APIs de rede e o portfólio de soluções 5G empresariais continuam sendo “uma prioridade fundamental”.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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