Equinix vai construir sétimo data center no Brasil

Unidade ficará em São Paulo. Empresa não descarta interesse por data centers locais, mas diz que prioridade é expansão orgânica.

A dona data centers e fornecedora de soluções de interconexão Equinix vai construir mais um data center no Brasil. O investimento será feito no estado de São Paulo. A empresa não revela, ainda, o tamanho do investimento, área ou capacidade da estrutura. Será o sétimo data center da companhia no país, que possui quatro unidades na região metropolitana de São Paulo e duas no Rio de Janeiro.

Segundo o diretor de vendas da companhia para a América Latina, Steve Sasse, o investimento faz sentido dentro da estratégia de expansão na região. Os negócios no Brasil continuarão a crescer em 2020, de maneira orgânica, afirmou. Em conversa com o Tele.Síntese, ele disse que a empresa tentou comprar parte dos data centers da Telefônica em Barueri no ano passado, mas teve que deixar a proposta de lado pois à operadora interessava um negócio com a venda integral do ativo.

O executivo afirma que não descarta outras aquisições no mercado brasileiro. Perguntado pelo Tele.Síntese se um alvo seria o data center pertencente à Oi, localizado em Brasília (DF), ele não afirma nem que sim, nem que não. “Estamos sempre analisando alternativas”, falou. O executivo ressaltou, no entanto, que o plano estratégico de expansão da Equinix no Brasil prioriza a construção de unidades próprias.

No passado, em 2014, o grupo comprou o controle da Alog por US$ 225 milhões, o que acrescentou não apenas os serviços tradicionais de data center (colocation e interconexão), como também de serviços gerenciados. “O Brasil é o único país onde temos esse modelo por conta da compra da Alog, que fornecia esses serviços”, contou.

Segundo Sasse, a Equinix está bem posicionada no mercado brasileiro, e o foco na América Latina deve abranger a aumento dos investimentos nos mercados de Chile, Colômbia e México, onde comprou três data centers da Axtel por US$ 175 milhões em fevereiro.

Edge computing

Sasse conta que vem trabalhando cada vez mais com as operadoras de telecomunicações. Estas começaram a se desfazer de ativos de data center nos últimos dois anos, como ocorreu com Telefônica, AT&T e Verizon. A tendência, disse, é o desinvestimento em estruturas próprias por parte das teles. Por isso, ele duvida que os provedores de serviços de telecomunicações devam ser encarados como potenciais rivais, devendo ser olhados mais como parceiros.

Com a chegada da 5G, a Equinix se prepara também para uma demanda por edge computing, em que a empresa se associa a operadoras de infraestrutura aérea, fornecendo o acesso à nuvem dos servidores que ficam espalhados nas bordas da rede, pertencentes às donas das torres ou às operadoras.

Segundo ele, a 5G vai multiplicar a demanda por estes data centers menores para a entrega de serviços de edge computing. Apenas a norte-americana AT&T deverá construir 1,1 mil deles nos próximos anos. A Equinix vê potencial nesse mercado. Pretende ter mais unidades de grande porte em mais regiões metropolitanas, para dar alguma centralidade a esta vasta rede de computação de borda.

E conforme amplia a quantidade de data centers, a Equinix passa a oferecer novos produtos. O executivo veio ao Brasil promover o Network Edge, solução função de rede virtualizada (NFV) que permite aos atuais clientes de serviços de interconexão criarem um ponto de presença em qualquer local do mundo onde a companhia tem unidades, em apenas 15 minutos, através de um dashboard. Quem ainda não virtualizou a rede, pode recorrer ao serviço para fazê-lo, explicou Sasse.

A Equinix é dona de mais de 200 data centers em 26 países, sendo responsável por 363 mil interconexões. Tem como clientes 1,8 mil operadoras. No Brasil, a companhia tem uma carteira com 1,7 mil clientes.

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Rafael Bucco

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