Entidades científicas defendem contribuição de big techs para fundo setorial

Apresentando reivindicações coletivas, ex-ministro Sergio Rezende defende criação de novos fundos ou a reforma dos já existentes para ampliar o financiamento da inovação.
Sergio Rezende, secretário-geral da 5ª CNCTI, defende contribuição de big techs em discurso | Foto: Reprodução/MCTI
Sergio Rezende, secretário-geral da 5ª CNCTI, defende contribuição de big techs em discurso | Foto: Reprodução/MCTI

O secretário-geral da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CNCTI), Sergio Rezende, abriu o evento nesta terça-feira, 30, apresentando algumas demandas de entidades científicas para aumentar os recursos destinados ao desenvolvimento tecnológico no país, entre elas, a cobrança de big techs.

“É preciso ter contribuição das big techs. As big techs estão aí, a contribuição delas é mínima, precisa ter um fundo voltado para isso”, disse o secretário, brevemente, ao destacar reivindicações da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Rezende, que é ex-ministro da Ciência e Tecnologia, entende que outros setores também devem ampliar as contribuições, como o agro. Neste caso, a mudança poderia ser incorporada alterando meios de cobrança já existentes. “Existe um fundo setorial de agronegócio, mas a contribuição dele é pequenininha, enquanto que o agronegócio é muito grande no Brasil e os donos do agro agora sabem muito bem que sem a pesquisa científica, sem a Embrapa, o Brasil não teria um agronegócio tão competitivo quanto tem”, argumentou.

Outro setor do mercado mencionado pelo secretário-geral da 5ª CNCTI é o sistema bancário. “Tem gente que diz que o Brasil não tem dinheiro para investir em educação e em saúde porque é um país pobre, mas é o país no qual a União paga por ano […] bilhões de reais de juros da dívida, [então] não é um país pobre. É um país que deveria usar melhor o seu recurso”, afirmou Rezende.

A ideia é aumentar o patamar de investimento em CT&I no Brasil em comparação ao Produto Interno Bruto (PIB), que estaria em 1,3%, enquanto que em países como a Coreia do Sul e os Estados Unidos chega a 3%. “Os recursos, como sabemos, são limitados, têm muitas dificuldades, mas com um pouco de criatividade é possível encontrar”, acrescentou.

A contribuição de big techs é medida que vem sendo cogitada também pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve presente na abertura da 5ª CNCTI nesta tarde. A Conferência tem como principal objetivo discutir e reunir contribuições para a política pública de Ciência e Tecnologia no país. Ao fim dos encontros, que vão até quinta-feira, 1º, serão encaminhadas propostas ao governo federal.

 

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura dos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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