Empresas sugerem padrão de exigências para licenciamento de antenas
Padronização para instalação de antenas que vire referência para outros municípios; financiamento especial, pelo BNDES, para empresas que prestarão serviços de instalação do 5G; e criação de um curso de capacitação para profissionais do setor. Estas foram as principais propostas apresentadas nesta sexta, 25, durante painel em evento da Feninfra.
Participaram Vivien M. Suruagy, presidente da Confederação Nacional da Tecnologia da Informação e Comunicação (ConTIC); Marcos Ferrari, presidente executivo da Conexis Brasil Digital; Luciano Stutz, presidente da Abrintel; Wilson Cardoso, CTO da Nokia para América Latina; e Luis Antonio Souza da Silva, presidente da Livre.
A série de ideias começou quando Ferrari sugeriu “um gabarito nacional para que todos os municípios sigam e não se precise ir de cidade em cidade”, na hora de instalar antenas.
Stutz concordou, mas lembrou que cada município tem sua peculiaridade. “Mas seria bom, sim, um regulamento nacional como referência. Ter padronização é importante para a gente ter uma previsibilidade”, falou o presidente da Abrintel.
“Tem toda uma listagem de documentos. E ainda há municípios que pedem laudo do Corpo de Bombeiros, assinado por um órgão local. Quando você não encontra condição de regularizar, você desiste”, fala Stutz.
Stutz lembrou do caso recente de Campos (RJ), que já tem uma lei de antenas. “A Câmara local entrou em acordo para aprovar lei e a cidade receberá 5G até 2025. Deveria servir como referência.”
Ele propôs a criação de um software de licenciamento para oferecer aos municípios, que serviria como base para todos.
Função de habilitador
Ferrari falou também sobre o 5G. “É um habilitador. Setores baseados no 6G irão reciclar seus investimentos. O BNDES poderia ter uma linha de financiamento para adoção de novas tecnologias. Viabilizaria todo o setor. O grau de incerteza diminuiria, e isso acabaria alimentando toda a cadeia. Seria um círculo vicioso de crescimento a partir do 5G”, sugeriu.
Wilson Cardoso, da Nokia, afirmou que todas as vantagens do 5G, porém, só serão benéficas com união. “Um trabalho em conjunto para que tudo aconteça, senão vai ter que esperar o 6G, ou o 7G.”
Junte-se a tudo a necessidade de capacitação profissional, lembraram eles. Stutz contou que a Abrintel já iniciou, junto ao governo do Estado de São Paulo, um projeto-escola de formação para trabalhadores da indústria de conectividade.
Isso dá mais segurança em relação ao medo da precarização. “Se a demanda aumentar, o não qualificado vai ter trabalho. Então a preocupação tem que ser a qualificação.”