Ufinet, controlada pela elétrica Enel, estuda lançar rede neutra de telecom em SP

Segundo Stefano Lorenzi, chairman da empresa, o grupo ainda não tomou a decisão, mas estuda construir a rede neutra em São Paulo.

* Atualizada em 14 de novembro, para explicitar melhor a participação da Enel na Ufinet e esclarecer a presença de sua controlada, Netell Telecomunicações, no Brasil.

A Ufinet, operadora de telecomunicações presente em 14 países, defende a ideia de construção de redes neutras de banda larga. E  estuda construir essa infraestrutura no Brasil, inicialmente na cidade de São Paulo, informou hoje, 13, Stefano Lorenzi, chairman executivo da empresa, em workshop promovido pela Anatel, em Brasília. “Estamos estudando São Paulo, mas ainda não tomamos a decisão”, afirmou.

Conforme o executivo, a construção de uma rede neutra de banda larga representa, efetivamente, uma rede totalmente compartilhada com custo unitário duas a três vezes  mais baixo, a depender do nível do compartilhamento. “É um modelo interessante de competição, pois faz cair o Capex (investimentos)”, afirmou.

Segundo ele, nos outros países onde a empresa já atua, a expectativa é de o pay back dos investimentos ocorrer entre 5 a 10 anos. “Mas a rede tem que ser realmente neutra, por isso, é uma empresa só de infraestrutura, e não vende para o cliente final”.

A Enel, controladora da Eletropaulo, entre outras concessionárias de energia, comprou, no ano passado, 21% das operações da Ufinet, que está no mercado desde 1998. Este ano, a Ufinet adquiriu o controle da empresa brasileira Nettel Telecomunicações, que já tem rede de fibra óptica em São Paulo e presta serviço para o mercado corporativo.

Na Itália, o projeto mais ambicioso da Ufinet, que é o de construir essa rede de FTTH (fibra óptica até a residências) em 100 cidades, para atingir 19 milhões de residências e 85% dos italianos, terá investimentos estimados de 3 bilhões de euros. “Estamos usando arquitetura aberta, venda de fibra apagada ou acesa, bit stream ou qualquer modelo de compartilhamento. E o pagamento é pelo consumo”, afirmou.

Lorenzi respondeu ainda ao receio apontados na reunião de que aqui, como a Enel é também a principal concessionária de energia de São Paulo, a ocupação dos postes por essa rede deixaria de ser “neutra”. Para ele, essa discriminação favorável não existirá, pois a Unifet. nas outras cidades onde a Enel é também atuante, segue as mesmas regras do mercado. A Enel possui 21% do capital dessa empresa de infraestrutura.

 

 

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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