EACE recebe propostas de 5G FWA, mas reconhece obstáculo

"Como pegamos muitas escolas mais remotas, pode não ser essa a aplicação", afirma presidente da entidade.
EACE recebe propostas de 5G FWA para escolas, mas há ressalvas
Foto: Freepik

A Entidade Administradora da Conectividade de Escolas (EACE), responsável por administrar a execução do Aprender Conectado, projeto que utiliza recursos do Leilão do 5G para levar internet a instituições da rede pública, recebeu propostas para conectar algumas unidades usando a tecnologia 5G FWA, modalidade de banda larga fixa que usa a nova geração de rede móvel. No entanto, o desempenho pode ser um obstáculo para a adoção.

Segundo o presidente da EACE, Flávio Santos, as propostas foram submetidas no âmbito da fase 4, que abriu seleção para uma das etapas, que visa garantir o acesso à internet em 20 mil escolas. 

“Estamos considerando a tecnologia. Porém, tem esse desafio de verificar se ela é viável para cada tipo de escola”, afirmou Santos ao Tele.Síntese, após debate sobre conectividade no Painel Telebrasil 2024, em Brasília, nesta quarta-feira, 5.  

A ressalva se dá em decorrência do projeto piloto que avaliou a viabilidade da tecnologia em escolas públicas do Distrito Federal. De acordo com os resultados, a velocidade ficou abaixo dos parâmetros exigidos pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec) nas localidades mais afastadas do centro de Brasília.

O presidente da EACE destaca que as escolas sob responsabilidade do projeto Aprender Conectado ficam 10 km afastadas da cidade. 

“Nosso time de operações faz toda uma validação da tecnologia na aplicação de cada escola. E uma vez entendendo que não está legal, aquela tecnologia não vai ser aplicada. Como pegamos muitas escolas nas áreas mais remotas, [o 5G FWA] pode não ser a aplicação”, explica Santos.

Testes

Visando colaborar com as estratégias de conectividade, incluindo o projeto da EACE, o piloto que testou o 5G FWA foi conduzido pelo Ministério das Comunicações (MCom), pelas Secretarias de Estado de Educação (SEEDF) e de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) do Distrito Federal, contando com o apoio do CPQD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações), que assina o relatório, além da Intelbras e das prestadoras do Serviço Móvel Pessoal (SMP) Claro e TIM, visando avaliar a viabilidade, confiabilidade e os benefícios da implementação da tecnologia.

O relatório recomendou “estudos adicionais que abordem, por exemplo, a análise da utilização da internet nas escolas, a aferição da franquia de dados e a avaliação de escolas mais distantes que 800 metros da ERB (estação rádio base)”

O presidente da EACE afirma que não há previsão de novos testes no âmbito da entidade. “Os testes do projeto piloto já foram concluídos.É claro que se a tecnologia for testada por outros entes e se apresentar como viável, a gente pode utilizar”, afirmou.

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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