DPR planeja expansão por América Latina e EUA em 2024

Com departamento internacional em atividade, integradora tem a expectativa de iniciar operações no mercado norte-americano no segundo semestre do ano que vem; México também é um dos alvos
DPR vai estar no mercado dos EUA e expandir operações na América Latina em 2024
Vander Stephanin, vice-presidente da DPR; EUA e América Latina estão nos planos de expansão para 2024 (crédito: Divulgação/DPR)

Percebendo um enfraquecimento na demanda por infraestrutura de rede fixa no Brasil, a DPR Telecomunicações planeja expandir os negócios para outros mercados em 2024. Os planos da integradora envolvem a ampliação da atuação na América Latina, cujo principal alvo é o México, e o início das atividades nos Estados Unidos.

A empresa ainda não decidiu por qual estado vai estrear as operações no território norte-americano, mas trabalha com a meta de estar no país no segundo semestre do ano que vem, revelou o vice-presidente da DPR, Vander Stephanin, com exclusividade ao Tele.Síntese.

“Com essa diminuição no mercado brasileiro, vamos dar atenção ao mercado americano”, afirmou. “O mercado americano precisa de qualidade, e não só preço. No Brasil, para algumas empresas, é só preço. E se nós conseguimos sobreviver nesse mercado onde alguns clientes só querem saber de preço, diria que no mercado americano, onde querem qualidade, a nossa vantagem competitiva é muito maior”, acrescentou.

De olho na expansão dos negócios, a DPR contratou um executivo para a área internacional e montou um departamento dedicado às operações fora do Brasil. A integradora já atua na Colômbia e vai usar essa primeira experiência fora do País como forma de calibrar a estratégia para outros mercados.

No caso dos Estados Unidos, Stephanin salienta que, em razão das restrições impostas pelo governo norte-americano a empresas chinesas, a DPR deve encontrar um mercado menos marcado por competição por preço. Também observa que, diferentemente do Brasil, onde a fibra óptica é a tecnologia mais utilizada, as redes fixas norte-americanas ainda detêm um percentual elevado de conexões por cabo coaxial.

“Outra diferença é que os Estados Unidos têm muita rede subterrânea. Então, como sofrem menos impactos, têm um tempo de vida maior. Mas, como cada vez mais se busca mais banda, isso [coaxial] tem uma limitação. É o momento da fibra lá”, avalia o vice-presidente da DPR.

No momento, enquanto prepara o próximo passo da internacionalização, a empresa está registrando várias de suas patentes, que passam de 100, em países latino-americanos e nos Estados Unidos.

América Latina

De acordo com Stephanin, a empresa ainda está estudando a próxima investida na América Latina. No entanto, um dos alvos já está definido: o México. Inclusive, o executivo indicou que espera usar a proximidade que tem com a Claro, marca do grupo mexicano América Móvil, nessa empreitada.

“Temos um grande cliente no mercado brasileiro que é a Claro. Somos fornecedores antigos dela. Essa relação nos credencia a desenvolver um trabalho no México”, afirma.

De forma geral, o executivo avalia que a “América Latina está como o Brasil de dez anos atrás” em termos de banda larga fixa. Dessa forma, ainda há um “nível de expansão muito grande”.

Brasil

A respeito do Brasil, Stephanin disse que o ano “foi mais difícil do que imaginávamos”. Ele citou as elevadas taxas de inadimplência e de juros como fatores que ajudaram a inibir o mercado em 2023. Também disse que o rombo contábil das Lojas Americanas, indiretamente, prejudicou o setor de telecomunicações, uma vez que os bancos ficaram mais reticentes com empréstimos e financiamentos.

Para contornar essa dificuldade, a empresa lançou neste ano, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um fundo de R$ 100 milhões que pode ser acessado por provedores para aquisição de produtos a taxas de juros mais atrativas. Contudo, os recursos são restritos a equipamentos produzidos em solo nacional com a sua própria tecnologia, o que não compreende tudo o que é necessário para uma rede fixa.

Diante disso, a empresa tem buscado investir mais no mercado IP, sobretudo em soluções de segurança, do que em GPON (rede óptica passiva).

“A ideia é entrar em novas verticais e desenvolver produtos específicos. Os provedores não vão mais construir tantas redes, mas a ativação de clientes vai continuar”, analisa. “O mercado vai ficar mais exigente por qualidade. O provedor que não buscar isso vai ter dificuldade para sobreviver”, complementa o executivo.

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Eduardo Vasconcelos

Jornalista e Economista

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