Dinheiro esquecido nos bancos é alvo de golpe no WhatsApp

O golpe identificado por especialistas da Kaspersky é igual aos inúmeros já disseminados via WhatsApp, que começam por mensagem fraudulenta.
Dinheiro esquecido nos bancos é alvo de golpe no WhatsApp - Crédito: Freepik
Crédito: Freepik

O golpe começa por uma mensagem enviada pelo aplicativo de mensagens. Os criminosos solicitam nome completo e CPF em troca de uma consulta ao sistema do Banco Central, que ainda está indisponível. As consultas ao novo site criado pelo BC para o Sistema Valores a Receber (SVR) só estarão disponíveis a partir de 14 de fevereiro.

O esquema de golpe chama atenção dos especialistas da Kaspersky, pois o início é igual aos inúmeros esquemas disseminados via WhatsApp que a empresa já detectou: uma mensagem chamativa enviada pelo app de mensagem que precisa ser compartilhada com 10 contatos para que a vítima tenha o benefício liberado. No caso do novo golpe, a consulta verifica se há valores a receber e a promessa de saque instantâneo via PIX do montante devido pelo banco.

Ao clicar no link da mensagem fraudulenta, a vítima é enviada para sites falsos que tentam se passar pelo sistema Registrato, um deles ainda traz o logo do Banco Central para tentar transmitir mais credibilidade. Para realizar a consulta, é necessário informar o nome completo e o CPF. Em ambos os casos, o site sempre mostrará que a vítima tem um valor para receber, entre 1 mil e 4 mil reais nas simulações feitas pelos especialistas da Kaspersky.

Para realizar o saque, a vítima precisa informar a chave Pix e compartilhar o golpe com amigos via WhatsApp. Assim acontecem duas ações diferentes, após o compartilhamento: na primeira, o site pede permissão para enviar notificações pelo navegador do celular; em seguida a vítima é enviada para sites que mostram propagandas, mas o especialista da Kaspersky alerta que este site final pode variar dependendo do dispositivo e sistema operacional.

Os especialistas da Kaspersky alertam que o importante nesse novo golpe é a notificação pois, ao aceitá-la, o criminoso terá um canal direto e poderá se comunicar constantemente com essas pessoas. Dessa forma, o golpista mantém um envio constante de novas mensagens fraudulentas para aumentar a quantidade de vítimas cadastradas, mas os sites falsos não precisam representar uma ameaça no primeiro momento.

Após quatro dias recebendo notificações promovendo sites de propaganda e programas de afiliados (em que o criminoso é remunerado caso o internauta realize uma compra ou cadastro no site em questão, dependendo o serviço que é promovido), o especialista da Kaspersky identificou uma notificação usando um banco brasileiro que direcionava as vítimas para um site falso do banco para roubar seu acesso no Mobile Banking.

“Percebemos um comportamento muito similar com o período de cadastro para os benefícios sociais durante a pandemia, em que o objetivo dos criminosos é recolher dados pessoais e financeiros das vítimas para depois sacar o dinheiro em seu nome. Porém, com a credencial do banco, também é possível realizar fraudes financeiras tradicionais. Portanto, essas são as duas consequências mais prováveis que eu avalio”, afirma Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky no Brasil. Quanto às notificações, ele explica que ao aceitá-las, a vítima será bombardeada por mensagens fraudulentas.

“Recebi em média quatro notificações por dia com temas variados. Analisando a estrutura usada pelo criminoso, ainda conseguimos encontrar outros golpes chamativos, como um ‘vale gás’, uma ação promocional usando o reality show Big Brother Brasil e várias mensagens usando o PIX. Isso mostra como agem esses grupos: escolhem vários temas populares e atiram sem parar esperando um momento de desatenção das pessoas”, conclui o especialista.

(com assessoria)

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Redação DMI

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