Desktop tem “conversas avançadas” para novas aquisições, diz diretoria
A Desktop deve voltar ao mercado de fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) e pode anunciar em breve a compra de algum provedor que atue em áreas próximas às suas operações, indicou a diretoria da empresa, nesta quarta-feira, 7, durante a conferência sobre os resultados do segundo trimestre com analistas.
O diretor Financeiro, de M&A e de Relações com Investidores, Bruno Leão, afirmou que a empresa está em “conversas avançadas para M&As, com foco em líderes regionais e adjacências”. Segundo ele, o mercado de provedores de serviços de internet (ISPs) voltou a ter “equilíbrio de preços” para consolidações.
“Há diversas empresas com esse perfil em São Paulo e nos estados próximos”, disse Leão. “Estamos superanimados com o incremento de receitas que devem vir pela avenida inorgânica”, acrescentou.
E a venda para a Vivo?
Durante a conferência, o CEO da Desktop, Denio Alves Lindo, ressaltou que o foco da empresa é “alavancar o crescimento, acelerar as receitas no B2C e expandir para novas áreas geográficas”.
Lindo procurou frisar que o provedor tem uma estratégia de crescimento de longo prazo. Questionado por analistas sobre uma eventual venda do negócio para a Vivo, o CEO preferiu não responder diretamente, mas descartou uma operação de segregação de sua infraestrutura, como vinha sendo discutido no passado recente.
“A Desktop está sempre aberta para avaliar qualquer tipo de oportunidade que pode agregar valor aos acionistas. Mantivemos conversas com mais de um player para segregação de rede, mas não enxergamos isso como o melhor caminho para a companhia”, pontuou.
Novas fontes de receita
Além do crescimento inorgânico, por meio de futuras aquisições, a Desktop planeja acelerar as adições orgânicas líquidas de assinantes e ampliar as fontes de receita.
Após ser questionado pelo Tele.Síntese, o diretor de Vendas e Marketing, André Falcão, disse que a empresa tem estudado a expansão do serviço de telefonia móvel, um MVNO lançado no primeiro trimestre usando a rede da TIM.
No momento, o produto está disponível em apenas quatro cidades do interior paulista (Araraquara, Hortolândia, Sumaré e Taubaté) e vem sendo avaliado em uma espécie de laboratório comercial com um grupo de clientes.
“Estamos estudando os próximos passos de expansão para aumentar a penetração desse produto, mas lembro que a nossa estratégia está muito vinculada à fibra. O MVNO contribui com as receitas, mas não muda a nossa estratégia”, assinalou Falcão.
O diretor também indicou que o portfólio de banda larga deve ganhar novos planos, possivelmente contemplando nichos de mercado, a exemplo dos pacotes premium e gamer lançados em abril. “Em breve, devemos ter um desenvolvimento do portfólio para trazer uma experiência positiva para o cliente e uma importância no tíquete da companhia”, afirmou.