Deloitte vê vantagens nas parcerias entre telcos e OTTs
A tecnologia 5G, combinada com inteligência artificial, internet das coisas, edge computing, cloud e big data, tem um poder enorme transformacional na sociedade e alterar os fundamentos econômicos tradicionais, avalia a líder de Technology, Media & Telecommunications da Deloitte, Márcia Ogawa, que falou nesta quarta-feira, 7, no VI Workshop de Competição da Anatel. Essas tecnologias, segundo ela, vão permitir novos modelos de negócios e o surgimento de novas empresas.
Para Márcia, o que essa conectividade vai permitir é que as empresas consigam capturar dados e informações para construir Inteligência. “Esse é o ponto e a oportunidade de que as empresas de telecomunicações e outras consigam capturar essa inteligência para colocar dentro das empresas, dentro do governo e dentro da sociedade”, disse. E afirma que essa inteligência que vai dar o diferencial competitivo às empresas e ao país.
“As decisões que vamos tomar hoje do ponto de vista regulatório vão impactar fundamentalmente a nossa economia e o futuro dos jovens brasileiros”, ressalta. Marcia disse que as decisões que forem tomadas vão diminuir ou aumentar o gap tecnológico que existe hoje entre o Brasil e os países desenvolvidos. “É preciso traduzir a regulação em oportunidades de negócios, mais inovação e mais investimentos no nosso país. É assim que eu vejo o futuro da regulação no Brasil”, afirmou.
Na sua visão, o que está acontecendo nesse smart pipes ou uso dos dados é uma rede de empresas que colaboram entre si, seja orquestrando seu próprio ecossistema ou sendo orquestrada por outra. A chave de tudo isso, diz, passa pela avaliação do impacto que esses ecossistemas ou essas grandes plataformas têm para o Brasil ou para o setor de telecomunicações.
“É preciso desmitificar qual o domínio dos dados pelas OTTs e o que a gente constata é de que elas são mais propensas a informações individuais, de nicho do cliente, enquanto as telcos têm mais informações de dados de redes e os fornecedores de sistemas operacionais, muito mais informações do hábito de uso dos smartphones”, avalia. Então, afirma, nem todo mundo têm todas as informações. Mas as parcerias tornam todos mais poderosos. Segundo Márcia, as parcerias já começam a ser feitas em todo o mundo.
Regulação
Em relação a regulamentação da economia de dados, Márcia sugere cinco princípios: a regulação adaptativa para não barrar a inovação; sandbox regulatório para testar algumas tecnologias emergentes; regulação baseada em resultados; regulação proporcional ao risco e a regulação colaborativa em âmbito internacional.