De cada seis redes 5G no mundo, apenas uma é igual à brasileira

Existem apenas 54 redes 5G puro (ou Stand Alone, SA) em todo o globo e esse número não cresceu desde dezembro do ano passado. As gigantes norte-americanas, como a AT&T e Verizon, por exemplo, ainda estudam se vão migrar para o padrão adotado pelo Brasil.

redes 5G no mundo (crédito: Freepik)

A consultoria Pactel traz hoje, 25, um report, com base do site especializado Light Reading, sobre a situação do 5G no mundo, que continua patinando não apenas no crescimento de assinantes, como também na implementação do 5G “puro”, ou SA (Stand Alone”).

Conforme o report, com base em pesquisas de duas consultorias, a Omdia e Dell´Oro, não existem mais do que 54 redes 5G SA no mundo, número que não cresce desde dezembro do ano passado, dizem as consultorias.  Desse total, o predomínio absoluto é no território brasileiro, onde, por questões regulatórias, as três grandes operadoras que compraram a frequência de 3,5 GHz no leilão da Anatel não puderam ter a opção de fazer a transição suave do 4G para o 5G puro, passando pelo 5G NSA (ou não autônomo), pois a decisão do regulador foi para que o país entrasse direto na “Ferrari” da tecnologia, como 5G autônomo.

Com o ingresso dos três operadores regionais que também compraram a frequência do 5G – Brisanet, Ligga e Unifique – o Brasil deverá ser o país com o maior número de redes 5G puro do planeta, o que irá atrair os holofotes de analistas e investidores, pois será o laboratório perfeito para a confirmação (ou não) das promessas dessa tecnologia, que deve passar, obrigatoriamente, pelo surgimento de novos negócios e serviços que ela promete proporcionar.

Redes 5G no mundo

A lenta adoção do 5G puro no mundo acontece até mesmo nos mais ricos mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, as duas maiores operadoras de lá e também do globo, em termos de faturamento – AT&T e Verizon – ainda formulam planos para fazer o upgrade de suas redes para o 5G puro. Na Europa, a situação é  mais desafiadora, devido a pulverização das empresas e aos caros leilões de frequências, que ainda estão sendo pagos, antes de as redes serem realmente construídas.

Para os analistas, quando as operadoras decidem implementar, primeiro, o 5G NSA, a migração para o 5G puro é muito mais demorada. E a razão, apontam, são os custos e a complexidade da nova rede. Assim, os gastos com equipamentos da rede móvel e do 5G estão abaixo do esperado há vários trimestres, desempenho confirmado pelos amplos cortes feitos por dois grandes fornecedores: Ericsson e Nokia. Os dois outros fornecedores, Huawei e ZTE têm pelo menos o enorme mercado chinês para manterem suas taxas de entrega a de crescimento.

Esses quatro fornecedores também estão no Brasil, mas a Nokia vem perdendo espaço consistentemente. Atualmente, somente Ericsson e Huawei passaram a ser os fornecedores do 5G. A ZTE, por sua vez, fez um tento importante, ao voltar para o mercado brasileiro pelas mãos da Unifique, que vai construir toda a sua rede 5G pura com base em sua tecnologia.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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