CPqD lança plataforma IoT de código aberto

A plataforma Dojot permite a prototipagem rápida, em cerca de 30 minutos, de serviços de IoT.

O CPqD lançou hoje, 12, a plataforma Dojot, para desenvolvimento de soluções em internet das coisas. O código completo da Dojot é aberto, e está disponível online para que qualquer desenvolvedor possa usá-la.

A organização vai promover workshops, roadshows e trabalhar com instituições de ensino para incentivar a adoção da tecnologia.

A Dojot começou a ser feita em fevereiro, com recursos do Funttel/Finep. O projeto prevê criação de uma plataforma para acelerar o desenvolvimento de novas soluções brasileiras em IoT.

A inciativa recebeu pouco mais de R$ 3 milhões, que serão investidos no seu aperfeiçoamento até 2019. O dinheiro é parte do Projeto Plataforma Nacional de IoT, firmado em maio de 2016, e que prevê a destinação de R$ 34 milhões do fundo a pesquisa e desenvolvimento da tecnologia e do ecossistema no país.

Além do CPqD, o dinheiro também é destinado aos parceiros de pesquisa Instituto Atlântico, Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia da Informação (FACTI) e Universidade Federal do Ceará. (UFCE).

Segundo Leonardo Mariote, diretor de conectividade do CPqD, a principal diferença da Dojot para outras plataformas comerciais reside em seu código aberto e livre. O desenvolvedor pode usar e modificar o código à vontade, sob a recomendação de devolver melhorias à comunidade.

“O Google tem uma plataforma de IoT, a Samsung tem, a Huawei tem. Mas nós identificamos que havia um gap no mercado, de distribuição de uma plataforma robusta de código aberto. Quem usar as outras plataformas acaba tendo que usar a solução de IoT verticalizada das empresas”, diz.

Características da Dojot

A Dojot foi criada com mente no desenvolvimento de soluções e serviços para cidades inteligentes, com foco em segurança pública, mobilidade urbana e saúde.

Todas as interfaces (APIs) da plataforma também são abertas. O sistema permite o armazenamento de grandes volumes de dados, a conexão e coleta de dados de dispositivos, a construção de fluxo de dados e regras de forma visual (dashboards) e processamento de eventos em tempo real.

A base do Dojot é o framework Fiware, projeto open source realizado na União Europeia. O Fiware tem várias ferramentas e componentes, mas exige capacitação profissional para o desenvolvedor que queira usá-lo.

O CPqD consolidou os componentes numa só plataforma, aperfeiçoou os recursos de segurança, usabilidade, robustez e desempenho para garantir o bom funcionamento em situações críticas.

O resultado é um sistema no qual é possível criar um serviço protótipo em cerca de 30 minutos, e implantar o serviços em nuvem.

Aliás, a plataforma oferece ferramentas de tratamento de dados (estruturados ou não), gestão de dispositivos, autenticação, suporte a protocolos MQTT, HTTPs e CoAP.

Quem já usa

A grande questão é se a plataforma terá condições de concorrer com a versão fechada das gigantes digitais já existentes. A aposta dos executivos do CPqD é de que, sim, é possível atrair usuários com mobilização e ampla divulgação das qualidades da plataforma.

Antes mesmo do lançamento oficial de hoje, feito durante a feira IoT Latin America, a Dojot já era usado. As empresas Exati, Icatel, Newton, Facens, Splice, Taggen e Trópico já trabalham com produtos que dependem da plataforma para funcionar.

Na Taggen criou-se um beacon bluetooth de baixo consumo de energia, lançado ainda em 2016. A Exati criou um dispositivo de gestão a distância de redes de iluminação pública (dispositivo azul na foto), capaz de coletar dados sobre funcionamento de postes espalhados numa cidade.

A plataforma Dojot equipa sistema de telegestão de iluminação pública da Exatii
A plataforma Dojot equipa sistema de telegestão de iluminação pública da Exatii
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Rafael Bucco

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