Copel vai levar fibra a São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul
A Copel Telecom, empresa no fundo Bordeaux, dono também da Sercomtel e do provedor Horizons, todos do Paraná, está com planos ousados de expansão da rede fixa nos próximos anos. A empresa pretende ir além do mercado paranaense e atacar também São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A estratégia passa por ativar uma rede própria de fibra óptica GPON (FTTH) em 166 cidades espalhadas por estes estados, e levar seu backbone para 62 cidades até o final de 2025. Com a adição das novas cidades, a Copel quer atrair 900 mil novos clientes de banda larga fixa, apurou o Tele.Síntese.
A construção da infraestrutura óptica vai complementar os investimentos planejados pela empresa no 5G. A Copel foi uma das vencedoras do leilão realizado pela Anatel há duas semanas, no qual arrematou um lote de 3,5 GHz para cobrir a região Sul do país em consórcio com a Unifique.
Atualmente, a Copel Telecom possui presença relevante no Paraná, atendendo aproximadamente 24% das residências do estado com rede GPON. São 220 mil clientes FTTH em 84 cidades. O backbone da empresa chega a 385 cidades (de 399).
Os investimentos da Copel serão feitos em equipamentos DWDM da Juniper e da Huawei. Os cabos serão da Furukawa. Os ONTs serão de Huawei e Nokia.
Para entrar no mercado móvel, a empresa vai construir duas redes, uma 4G e uma 5G. A segunda é necessária para cumprimento das obrigações determinadas pela Anatel, de construção de rede 5G Standalone. A rede móvel da Copel terá, portanto, dois núcleos: um EPC e um 5GC, nos quais os dados vão transitar de forma independente.
A empresa vai utilizar antenas compatíveis com espectro de 700 MHz. Embora não tenha comprado esta faixa de frequência no leilão, ela poderá ser usada em caráter secundário ou via contratação de capacidade junto a operadoras que a detenham.
Ao todo, a Copel prevê investimentos de R$ 2,56 bilhões até 2030. A expansão da sua rede de fibra para São Paulo e demais estados do Sul começa já em 1º de janeiro, e deve ser concluída até o final de 2025. Já o trabalho para implantação da rede 5G começa ainda neste mês, em função da participação no leilão, e deverá ser feita até o final de 2030.
Do valor, a construção da rede óptica deve consumir R$ 1,4 bilhão. Enquanto a rede 5G vai custar R$ 1,26 bilhão. A companhia pretende utilizar recursos próprios e captados no mercado, a partir da emissão de R$ 700 milhões em debêntures incentivadas.