Copel Telecom quer comprar ativos da Oi Móvel. Espera os remédios do Cade.

Wendell Oliveira, CEO da Copel Telecom, afirmou que o grupo tem interesse em comprar parte dos ativos da Oi Móvel, e que os remédios adotados pela Anatel para autorizar a venda foram brandos. Questiona ainda a legalidade da reunião.
CEO da Copel Telecom recorre contra reunião da Anatel que decidiu venda da Oi Móvel
CEO da Copel Telecom, Wendell Oliveira, defende a nulidade da reunião da Anatel que aprovou venda da Oi Móvel

O Ceo da Copel Telecom, Wendell Oliveira, disse ao Tele.Síntese estar acompanhando com muita preocupação  o processo de venda da Oi Móvel, que na semana passada recebeu a aprovação da Anatel para que as três maiores operadoras de celular do país – Claro, Vivo e TIM – adquirissem a empresa por R$ 16,5 bilhões.

“Um processo tão importante como esse não poderia gerar dúvidas sobre a legitimidade das reuniões que trataram do assunto”, afirmou. Segundo Oliveira, os advogados da operadora recorreram à Anatel pedindo a anulação das reuniões que debateram a deliberaram pela venda da Oi Móvel porque, na visão deles, elas estão cercadas de vícios legais.

“Os próprios documentos da Anatel apontam essas irregularidades”, afirmou o executivo. Ele refere-se aos questionamentos sobre a não convocação do conselheiro substituto na primeira reunião e na segunda reunião a não participação do conselheiro substituto, Wilson Wellisch, que já havia sido nomeado presidente.

Para Oliveira, a compra da Oi pelas três operadoras deveria receber tratamento mais favorável à competição e ao consumidor por parte do regulador de telecom. “Só foram estabelecidos remédios comportamentais, e mesmo assim sem qualquer mecanismo de controle para serem cumpridos”, avalia.

Para o dirigente, a operação irá provocar grandes impactos nas empresas competidoras e mesmo nos consumidores. ” Poderá gerar aumento de custos para a população”, afirmou.

Oliveira observou que outras empresas já estiveram  estavam interessadas na compra da Oi Móvel e que o próprio grupo  teria interesse em adquirir alguns ativos da operadora, de maneira a ampliar a oferta de serviços. e que, por isso, a decisão dos reguladores. Ele espera que o Cade, que irá julgar  a venda no próximo dia 9, adote medidas estruturantes e mais eficazes em seus efeitos para os demais agentes do mercado.

Pleito no Cade

Conforme o processo que está no Cade, a Sercomtel (empresa de Londrina, com o mesmo controlador da Copel Telecom) ressalta que a”  alienação de ativos à Sercomtel é capaz de garantir a manutenção e expansão não apenas de suas atividades, mas também melhores condições para as demais operadoras de pequeno porte e MVNOs. Para o grupo, ” a aquisição de ativos móveis da Oi cria a possibilidade de que, a longo prazo, a Sercomtel passe a atuar também em outros estados e regiões e passe a rivalizar com as
adquirentes em âmbito nacional”.

Diz ainda a empresa que ” mesmo que o resultado do leilão do 5G tenha criado a possibilidade de que a Sercomtel se torne um player relevante em pelo menos 2 regiões e no estado de São Paulo, a efetivação tempestiva dessa possibilidade depende, em grande medida, da imposição, pelo Cade, de remédios estruturais que incluam a alienação a terceiros de ativos da Oi Móvel”,

Copel e Sercomtel

Copel e Sercomtel, até o ano passado, eram empresas estadual e municipal de telecomunicações à venda. A Sercomtel, concessionária, possuía um passivo muito grande, e precisou de uma lei específica para que pudesse ser vendida. A Copel Telecom, por sua vez, foi vendida pela nova administração da holding de energia Copel, que resolveu dedicar-se ao seu mercado original.

O fundo Bordeaux, que tem entre os seus acionistas o empresário Nelson Tanure, que já foi acionista da Oi, adquiriu essas empresas e também comprou frequências de 5G no leilão da Anatel tanto para atuação nas regiões Sul e Norte do país, onde

 

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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