ConectarAgro: conectividade no campo precisa de espectro em caráter primário
A conectividade do campo brasileiro precisa acontecer com serviços que permitam não apenas o funcionamento de equipamentos de internet das coisas, mas também que garantam o uso humano do celular em pé de igualdade com que o se vê nos centro urbanos. Para tanto, é importante que as frequências utilizadas sejam exploradas em caráter primário. Foi o que defendeu hoje, 16, no AGROtic, representante da associação ConectarAgro.
Segundo Renato Bueno, que falou em nome da entidade, a cobertura rural precisa facilitar a conexão da população local. Por isso a escolha da associação em defender o uso dos 700 MHz, espectro que já é amplamente usado no Brasil nas cidades, e em muitas partes do mundo. A associação tem entre os integrantes a TIM, operadora que é dona de licença de 700 MHz. No Brasil, Claro e Vivo também têm uma licença para uso da faixa.
“É importante evitar silos. Garantir a possibilidade de o produtor mover sua tecnologia de um lugar para o outro. Para isso, a escolha por uma tecnologia simples, aberta, atenderia. Por isso a escolha da associação é pelos 700 MHz”, afirmou.
Segundo ele, outra frequência interessante que poderia ser revertida para a conectividade rural é a de 600 MHz, uma vez que com poucas adaptações os rádios de 700 MHz poderiam se adequar. Esta frequência, porém, está destinada às emissoras de TV e seu uso para outros fins só pode acontecer em modo secundário. Aí, falou Bueno, há riscos para o produtor.
“Se o produtor precisa de conectividade em tempo real, precisa de comunicação de missão crítica. Caso esteja usando uma tecnologia em espectro licenciado em caráter secundário, e aquele espectro for requisitado [pelo titular em caráter primário], e não houver possibilidade de migrar a tecnologia para outro espectro, há um ponto de bloqueio. Por isso é importante o uso de faixas padronizadas”, defendeu.
O executivo participou de painel que debateu novas abordagens para a conectividade rural no evento AGROtic. Além de Bueno, participaram do debate José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet; Moisés Moreira, Conselheiro da Anatel;
e Paulo Cabestré, presidente da Trópico.