Condecine rende R$ 7,4 bilhões em 7 anos
De 2012 a 2018 a Ancine arrecadou R$ 7,4 bilhões com a Condecine, sendo R$ 6,6 bilhões recolhidos pelas empresas de telecomunicações, mostra levantamento da agência reguladora. As demais taxas são pela exploração de títulos, rendimento de obras que foram brasileiras vendidas para o exterior.
A Condecine é a principal contribuição do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), principal recurso para promoção da indústria do audiovisual no país. Mas o total aplicado do fundo não está claro. Só com a dedução da DRU, a Condecine caiu, no período, para R$ 5,5 bilhões, ou seja, 20% menos. Grande parte também é contingenciada todos os anos, aponta relatório de gestão da Ancine.
Apesar do contingenciamento, o FSA possibilitou um crescimento do mercado. Em 2018, foi alcançado um novo recorde no lançamento de obras nacionais, como 171 filmes brasileiros lançados comercialmente em salas de exibição. “Foi o ano com maior número de lançamentos brasileiros desde 1995, e a participação em relação ao total de lançamentos chegou a 37,9%, também o maior valor da série histórica”, diz o relatório de gestão da agência.
Segundo a Ancine, os valores do FSA destinados aos projetos selecionados totalizaram R$ 2,71 bilhões de 2009 a 2018, sendo que, destes, R$ 1,90 bilhão foi contratado e R$ 1,84 bilhão desembolsado. Em 2018, foram contratados 806 novos projetos no valor total de R$ 551 milhões e os desembolsos realizados nesse ano foram de R$ 550 milhões. Segundo a agência, os valores disponibilizados em 2018, chegaram a R$ 1,12 bilhão, batendo recorde.
A produção de conteúdo também se destacou, afirma a Ancine. Como resulta da Lei de Serviço de Acesso Condicionado (SeAC), as TVs pagas passaram a ser obrigadas a transmitir programas brasileiros. Os canais de espaço qualificado tiveram, até dezembro de 2018, 8,8% da sua programação voltada para obras brasileiras, sendo 5,5% para obras independentes. Já os chamados “canais brasileiros de espaço qualificado”, programados por programadoras brasileiras, tiveram um percentual de 55,7% da sua programação ocupados por obras nacionais, sendo 36,3% independentes.
Games
Outro mercado de conteúdos audiovisuais em larga expansão no Brasil é o mercado de games, afirma a agência. De acordo com 2º Censo da Indústria Brasileira de Jogos Digitais, realizado pelo Ministério da Cultura (MinC) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2014 a 2018 houve um aumento de 164% nos número de desenvolvedores de jogos eletrônicos no Brasil, um salto de 142 para 375 empresas.
Ainda segundo o estudo, foram produzidos nos últimos dois anos 1718 jogos no país. Como forma de impulsionar a participação brasileira nesse mercado, a Ancine, em 2018, investiu R$ 45,2 milhões do FSA na produção e comercialização de jogos eletrônicos brasileiros independentes .