Conclusão da compra da Nextel fica para o 4º tri, diz AMX
O CEO da América Móvil, Daniel Hajj, falou hoje, 30, durante conferência com analistas, que a compra da Nextel Brasil pelo grupo deve ser concluída no quarto trimestre deste ano. Significa que já correu o cronograma de fechamento, que previa o fim a transação ainda em setembro.
Ele não explicou, no entanto, os motivos para rever o cronograma. A transação ainda precisa ser aprovada pela Anatel e ser votada pelos acionistas da NII Holdings, dona da Nextel Brasil.
Hajj destacou a importância do espectro que pertence à Nextel para o futuro da companhia. Segundo ele, com mais frequências, a Claro pode se dar o luxo de gastar um pouco menos em Capex e ter bons resultados de qualidade e velocidade na rede móvel. Ao mesmo tempo, poderá fortalecer a proposta de valor das ofertas convergentes. Ou seja, a companhia seguirá com a estratégia de vender combos.
Ele afirmou, ainda, que a incorporação da Nextel trará sinergias. Estas serão totalmente obtidas ao final de 24 meses. Mas não diz qual o montante esperado.
Os mesmos benefícios virão das compras feitas na América Central. O executivo explicou que as operações adquiridas do grupo Telefónica são importante por carregaram espectro e uma boa carteira de clientes para a América Móvil.
Parcerias com ISPs
O COO da companhia, Oscar Von Hauske falou sobre a competição no mercado brasileiro de banda larga fixa. O executivo reconheceu a rápida expansão dos provedores regionais (ISPs), e disse que o crescimento deles se dá principalmente com tecnologias como microondas e cabo, embora haja investimentos em fibra.
A seu ver, os ISPs estão dispersos pelo território, enquanto a Claro Brasil tem o market share a seu favor na ultra banda larga. “É um mercado para o qual eles [os ISPs] estão indo, mas há espaço para novos players”, disse.
Von Hauske descartou no momento operações de compra de provedores regionais para ampliar a capilaridade de sua rede de fibra óptica. Mas admite que negocia parcerias com estes empresários locais. “Há possibilidade de parcerias, estamos conversando com eles para venderem TV e celular. Estamos no início dessas conversas de contratos comerciais com alguns deles”, afirmou.
Economia Brasileira
Hajj falou ainda sobre a crise econômica brasileira. A seu ver, o mercado está demorando mais que o esperado para retomar a normalidade. Isso afetou os previsões de crescimento das receitas com serviços móveis. Apesar disso, ele diz que a Claro se planejou nos últimos três anos, investiu, e está bem posicionada para colher os resultados quando a economia apresentar aceleração.
“Não sei quão rápida será a recuperação econômica no Brasil, mas ela acontecendo, tiraremos vantagem disso”, falou.