Milazzo: Como preparar hoje as lideranças que enfrentarão a Tempestade Digital?

Embora a transformação digital tenha se tornado tema recorrente em quase toda organização de médio e grande porte no Brasil e no mundo, estar digital não significa ser digital. Ser digital é um privilégio de startups e jovens empresas que surgiram na era digital.

*Por Zaima Milazzo, presidente do Brain, ICT fundado pela Algar Telecom

Em menos de 10 anos, profissões como bioinformacionista, hacker genético, desenvolvedor de dispositivo wearable, perito forense digital e criadores de veículos alternativos já estarão consolidadas. Em 2030, a maioria das carreiras existentes atuará sob plataformas digitais e metodologias de gestão inovadoras e rápidas. Isso quer dizer que o mindset digital estará tão presente e integrado às rotinas das organizações que novas habilidades e competências ganharão destaque frente ao que alguns chamam de Tempestade Digital.

Embora a transformação digital tenha se tornado tema recorrente em quase toda organização de médio e grande porte no Brasil e no mundo, estar digital não significa ser digital. Ser digital é um privilégio de startups e jovens empresas que surgiram na era digital e que estarão em seu ápice daqui a alguns anos. Como, então, preparar hoje as lideranças que trabalham em empresas tradicionais e têm pouco tempo para alcançar uma efetiva mudança de mindset? Como ajudar essas lideranças a incorporarem habilidades que a tornem mais competitivas nesse fantástico mundo novo?

Se considerarmos que a mudança de cultura é um processo que demora anos para ser internalizado, esse senso de urgência se torna ainda mais latente. Segundo o estudo da Babson College, 40% das empresas listadas na Fortune 500 não existirão mais em 2028 por total falta de adaptabilidade. Em sumo, errar no timing de se preparar pode ser fatal.

Minha experiência à frente do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) mostra que uma das maneiras mais assertivas de alcançar sucesso nessa empreitada é a imersão das lideranças em uma estrutura que já funcione com essa mentalidade e dinâmica. É por isso que muitas empresas estão criando estruturas apartadas de sua operação. Trata-se de um ambiente disruptivo, que apoia as organizações em termos de inovação, mas que já nasce sob metodologias ágeis e times multidisciplinares autônomos – os chamados squads, baseados em entregas, com concepções diferenciadas, como a disponibilização rápida do mínimo produto viável ao mercado, que permite atestar junto ao cliente se o time está no caminho certo.

Quando inserimos esses “líderes tradicionais” nesses ambientes, há uma espécie de compartilhamento da inteligência, além, é claro, da mudança de mindset ser mais efetiva e rápida. Assim, passados alguns meses nessa nova estrutura, as lideranças retornam aos seus times e contaminam a organização em um processo contínuo de imersão de lideranças – enquanto uns voltam para a empresa, outros estão ingressando ou em processo de treinamento no novo modelo.

Esse processo impacta a mudança de cultura, mas surte excelentes resultados financeiros. No caso do Brain, Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) fundado pela Algar Telecom, temos visto que neste conjunto de habilidades incorporadas está a diferenciada forma de se planejar, gastando menos tempo e dinheiro com variáveis de risco.

Um exemplo disso foi o lançamento do SmartFi Pro, um serviço de gestão inteligente de redes Wi-Fi. O desafio trabalhado foi ajudar o cliente a vender mais e se relacionar melhor com seu cliente por meio da tecnologia WI-FI. A tecnologia desenvolvida pelo Brain amplia os limites do Wi-Fi agregando em um só serviço uma gama de soluções que, até então, eram disponibilizadas separadamente no mercado por diferentes players. Além de permitir conhecer os usuários da rede, a ferramenta oferece uma moderna tecnologia de conexão sem fio, com a máxima proteção dos dados e suporte. O SmartFi Pro resume e simplifica uma série de benefícios funcionais e estratégicos para empresas, reunindo, em uma única solução, segurança, inteligência e suporte.

Os líderes que estão ganhando experiência no ICT têm ampliado capacidades como senso de oportunidade, tolerância ao erro, persistência, visão holística, papel facilitador, maior observação da volatilidade do mercado, atuação em sistemas complexos e ambíguos. Não há como se obter esses resultados apenas implementando metodologias ágeis dentro das empresas. É preciso viver esse mundo novo. Só assim será possível transpor o ponto de mutação e operar em um novo mindset, primordial para as organizações que pretendem alcançar a bonança, que sempre chega após o temporal.

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