Commscope decide fabricar no Brasil
A Commscope vai fabricar no Brasil os produtos de sua linha de soluções para banda larga fixa, o FTTH. Segundo Sylvio Peres Filho, vice-presidente de Sales Service Providers para o Brasil, o “Plano Brasil”, que começou a ser desenvolvido no período da pandemia do Covid-19 está pronto, e a produção local começará ano último trimestre do ano. “Decidimos mudar o status quo do Brasil”, completou ele.
Segundo Peres, as razões para buscar mais um mercado para a fabricação de seus produtos – a empesa tem também fábricas no México e na China – deve-se às dificuldades de logística enfrentadas durante a pandemia. Os custos do frete e dos aluguéis de containers ficaram proibitivos, além da falta de componentes que acabaram afetando os prazos de entrega. ” Os aluguéis dos containers pularam de 2 mil para 20 mil reais e, o que é pior, não tínhamos mais qualquer garantia de prazo de entrega”, explicou Peres.
Antes de trazer a produção para o Brasil, a Commscope fez uma reestruturação em sua área de negócio de Cable Connectivity Solution (CCS) que implicará em algumas alterações nos produtos a serem aqui produzidos. Segundo Peres, haverá uma adaptação dos modelos globais da empresa às necessidades locais. “Manteremos as certificações de excelência, mas estaremos mais preparados para disputar o mercado local”, afirmou o executivo.
Processo Produtivo Básico
A empresa irá utilizar os incentivos fiscais da Lei de Informática – que preveem a redução da alíquota do IPI em contrapartida ao atendimento de cumprimento de diferentes etapas de produção, conhecida como PPB (Processo Produtivo Básico) – e, para isso, foi buscar um parceiro que entendesse do DNA da conectividade, explicou Peres. O parceiro escolhido para a fabricação é a Infortel Telecom, que tem sede na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.
Com essa mudança de rota, a Commscope pretende tornar mais agressivo o preço dos seus produtos para se tornar fornecedor importante para vasto mercado de provedores regionais de internet. “Os ISPs já detêm, 45% do mercado brasileiro e deverão continuar a crescer”, prevê Peres. A empresa aposta também na manutenção das compras das grandes operadoras de telecomunicações, no intenso segmento de data center, grande consumidor de seus produtos de FTTH, além das operadoras de redes neutras, um outro nicho importante.