Comitê da Citel aprova guia técnico para compartilhar faixa de 6 GHz

Documento é recebido como contribuição que pende para o lado das teles, que defendem a viabilidade de parte da frequência para a rede móvel.
Comitê da Citel aprova guia técnico para compartilhar faixa de 6 GHz
Foto: Freepik

O Comitê Consultivo Permanente II (CCP.II) da Comissão Interamericana de Telecomunicações (Citel) aprovou nesta sexta-feira, 27, os parâmetros técnicos recomendados para o uso da faixa de 6GHz, seja integralmente para prestação de WiFi, ou compartilhado com a rede móvel. A proposta, que se deu pela primeira vez em 2021, foi formalizada na 44ª reunião, realizada ao longo desta semana, em Merida, no México.

Ao divulgar o documento, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) ressalta que a elaboração contou com a participação ativa do Brasil. Para além da contribuição no sentido de que seria viável o uso concomitante da faixa, o lançamento é visto como um passo para acelerar a produção industrial de equipamentos compatíveis com a frequência, como antecipou o superintendente de Outorga e Recursos à Prestação da Anatel, Vinícius Caram, durante o INOVAtic, evento promovido pelo Tele.Síntese nesta quinta-feira, 26.

De forma geral, o guia chama atenção para “condições técnicas e operacionais para o uso de diferentes dispositivos de WAS/RLAN [redes de rádio de área local] para facilitar a coexistência e a proteção dos serviços incumbentes [já licenciados]”. O documento ressalta que parâmetros adicionais podem ser incorporados a partir de novas sugestões.

As recomendações estão divididas conforme as diferentes operações possíveis: potência padrão (Standard Power – SP) , baixa potência (Low Power Indoor – LPI) ou baixíssima potência (Very Low Power – VLP).

Para a potência padrão, ficou recomendado o máximo de 36 dBm no ponto de acesso, patamar que, conforme contribuições encaminhadas pelo mercado à Anatel em Consulta Pública que abordou o tema, seria “satisfatória” para “entrega de banda larga onde não é possível ou viável empregar o uso de tecnologias como a fibra ótica”.

Em relação ao que a área técnica da Agência entendeu como viável para a convivência e proteção de serviços já licenciados em análise realizada em 2020, os parâmetros para baixa potência estão alinhados. Já para a baixíssima potência (uso indoor e/ou outdoor), a máxima densidade espectral de EIRP sugerida é diferente – sendo recomendado “- 5 a 1 dBm/MHz” no guia, ante “-8 dBm/MHz” discutido à época.

Acesse aqui a íntegra do estudo (em inglês).

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Carolina Cruz

Repórter com trajetória em redações da Rede Globo e Grupo Cofina. Atualmente na cobertura de telecom nos Três Poderes, em Brasília, e da inovação, onde ela estiver.

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