Com swap de fibras e peering, Mob vai reduzir trânsito IP em 70% até 2019
Investir em qualidade não significa apenas selecionar boas tecnologias e fornecedores confiáveis. Significa também construir uma engenharia de rede que redunde em melhor experiência para o cliente, com acesso mais próximo ao conteúdo, segurança para a operação, com rotas alternativas de proteção ao tráfego, e uma engenharia inteligente de desenho da malha de rede.
É nisso que a Mob Telecom, provedor regional do Nordeste com sede em Fortaleza, no Ceará, vem investindo desde que, com outros dois parceiros – a Wirelink e a Brisanet – formou um consórcio e arrematou um link do Cinturão Digital do Ceará, em 2014. A partir de 2015, quando começou a operação, adquiriu musculatura para começar a fazer swapp de fibra óptica com operadoras nacionais – muitos negócios só estão se concretizando neste ano de 2018.
Sua estratégia vale tanto em nível nacional, onde via troca de links já opera na venda capacidade no atacado no Sudeste do país, quanto em nível internacional. É verdade que, para o exterior, não tem links para trocar. Mas compra capacidade de mais de 15 operadoras, especialmente da Globenet e da Telxius, que respondem por 20% de suas conexões IPs, que estão nos PTTs (Pontos de Troca de Tráfego) de Amsterdã, Frankfurt, Londres e Nova York.
Salim Bayde Neto, CEO da empresa, conta que o objetivo com o peering com os parceiros internacionais e o swapp de fibra no Brasil é reduzir o trânsito IP em 70% até o final de 2019 que custa à empresa, hoje (maio de 2018), R$ 1,4 milhão por mês. “Vamos obter essa redução de custo pouco a pouco, com o swapp de fibra e os acordos de peering, para a troca de conteúdos”, explica ele, que quer trazer para perto de seu cliente, além de CDNs de grandes fornecedores da internet, que já têm localizados em seus data centers, como Google, Facebook, Akamai, Netflix, etc, outros conteúdos europeus de boa qualidade.
Ovo de Colombo
Foi a partir do link de fibra óptica do Cinturão Digital que a Mob Telecom, a exemplo de seus parceiros, pode traçar sua estratégia de se expandir no Nordeste. Construiu redes metropolitanas em Belém, São Luís, Teresina, Fortaleza, Mossoró, Natal, João Pessoa e Recife, graças à rede de longa distância do Cinturão Digital.
Com a troca de capacidade de links chegou a Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Curitiba. “No Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, só vendemos capacidade de rede no atacado”, diz Sayde Bayde, integrante do Conselho de Administração.
A Mob Telecom está perto de formar 20 mil km de rede, dos quais 8 mil km de redes metropolitanas e 12 mil km de redes de longa distância, dos quais 3 mil próprios e o restante de terceiros.
O atacado, segmento de negócio relativamente novo na vida da Mob Telecom, já representa 25% de suas receitas. O mesmo volume do segmento corporativo que já foi o carro-chefe do negócio. O mercado público fica com 20%; e as operadoras, para as quais constrói a última milha e das quais compra terminação telefônica, com 15%. E o varejo, no qual voltou a investir nos últimos dois anos com redes de fibras ópticas, com outros 15%. O faturamento previsto para este ano é de R$ 120 milhões contra R$ 88 milhões em 2017.
Valor agregado
Mas como sabe que a venda de conectividade (banda larga) tende a virar comoditty, Salim Badye Neto decidiu agregar valor às suas vendas. E além dos muitos serviços dedicados que já oferece ao mercado corporativo, como links dedicados, serviços de data centers, de manutenção, de virtualização de servidores, etc, começou a colocar à disposição dos clientes um cardápio de serviços digitais.
Desse cardápio fazem parte os serviços de Prédio Inteligente, para condomínios; de Mobilidade Inteligente, para controle de trânsito para municípios, incluindo até mesmo o recurso de reconhecimento facial do motorista; e do Cidadão Conectado, através do qual o munícipe pode acessar uma série de serviços e interagir com o poder público.