Com plano zero leasing, TIM quer reduzir dependência de rede de terceiros

Operadora vai ampliar rede própria de transporte. Para o triênio até 2019, reduz previsão de investimentos e eleva meta de corte de gastos.

redes network fibra optica backboneA operadora de telefonia móvel TIM colheu resultados melhores que os estimados por analistas de mercado no quarto trimestre de 2016. O que faz suas ações terem uma alta de mais de 4% na bolsa paulista, a Bovespa, nesta sexta-feira, 02.

Por trás está uma estratégia de cortes que será mantida ao longo dos próximos três anos, que entre outras coisas prevê a redução da dependência de infraestrutura de transporte de outras operadoras. Este plano, chamado de zero leasing, pretende substituir parte das redes alugadas por fibra-óptica própria.

“Tiramos já 30% das linhas que tínhamos alugadas da Oi. E estamos estudando o desligamento de até 72% de todos os circuitos alugados”, revelou Stefano de Angelis em conferência com analistas, realizada nesta tarde.

O executivo não detalhou o custo desses equipamentos. Ressaltou que a migração para infraestrutura própria tem um custo inicial “de centenas de milhões de Reais”, mas reduz o Opex (custo recorrente operacional) no médio e longo prazo, além de tornar a rede mais robusta para o usuário final.

A queda do Opex em 2016, em relação a 2015, foi de 12%, o suficiente para compensar a perda de receita com a VU-M, segundo ele. Mas a economia teve impacto de outros fatores além da migração para rede própria. Um desses fatores foi o corte de pessoal. A TIM terminou o ano com 24,5% menos funcionários que em 2015, e a redução deve continuar em 2017. Com tudo isso, a empresa fez os gastos encolherem em R$ 2,8 bilhões, muito mais que o R$ 1 bilhão programado. E reviu a meta para 2019, que passou de R$ 2 bilhões, para R$ 2,3 bilhões em economias.

Nos próximos três anos, serão reduzidos os investimentos. O Capex para 2017 deve ficar em R$ 4 bilhões, ante R$ 4,5 bilhões em 2016. E para o triênio, em cerca de R$ 11,7 bilhões, menos que os mais de R$ 12 bilhões o previsto ano passado para o triênio 2016-2018. Nestes gastos entram o investimento em serviços internos de big data, para melhorar o atendimento e evitar passivos judiciais, redução do investimento em lojas e melhora do “customer care” (atendimento ao cliente) – ações que podem gerar economia de até R$ 600 milhões pelo cálculo de De Angelis.

Ao final do triênio, o objetivo é ter um Opex em 2019 idêntico ao de 2015 (R$ 11,5 bilhões), mas conseguir fazer a TIM representar 25% da receia do mercado de telefonia móvel do Brasil. Atualmente, representa 23%.

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Rafael Bucco

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