Com plano zero leasing, TIM quer reduzir dependência de rede de terceiros
A operadora de telefonia móvel TIM colheu resultados melhores que os estimados por analistas de mercado no quarto trimestre de 2016. O que faz suas ações terem uma alta de mais de 4% na bolsa paulista, a Bovespa, nesta sexta-feira, 02.
Por trás está uma estratégia de cortes que será mantida ao longo dos próximos três anos, que entre outras coisas prevê a redução da dependência de infraestrutura de transporte de outras operadoras. Este plano, chamado de zero leasing, pretende substituir parte das redes alugadas por fibra-óptica própria.
“Tiramos já 30% das linhas que tínhamos alugadas da Oi. E estamos estudando o desligamento de até 72% de todos os circuitos alugados”, revelou Stefano de Angelis em conferência com analistas, realizada nesta tarde.
O executivo não detalhou o custo desses equipamentos. Ressaltou que a migração para infraestrutura própria tem um custo inicial “de centenas de milhões de Reais”, mas reduz o Opex (custo recorrente operacional) no médio e longo prazo, além de tornar a rede mais robusta para o usuário final.
A queda do Opex em 2016, em relação a 2015, foi de 12%, o suficiente para compensar a perda de receita com a VU-M, segundo ele. Mas a economia teve impacto de outros fatores além da migração para rede própria. Um desses fatores foi o corte de pessoal. A TIM terminou o ano com 24,5% menos funcionários que em 2015, e a redução deve continuar em 2017. Com tudo isso, a empresa fez os gastos encolherem em R$ 2,8 bilhões, muito mais que o R$ 1 bilhão programado. E reviu a meta para 2019, que passou de R$ 2 bilhões, para R$ 2,3 bilhões em economias.
Nos próximos três anos, serão reduzidos os investimentos. O Capex para 2017 deve ficar em R$ 4 bilhões, ante R$ 4,5 bilhões em 2016. E para o triênio, em cerca de R$ 11,7 bilhões, menos que os mais de R$ 12 bilhões o previsto ano passado para o triênio 2016-2018. Nestes gastos entram o investimento em serviços internos de big data, para melhorar o atendimento e evitar passivos judiciais, redução do investimento em lojas e melhora do “customer care” (atendimento ao cliente) – ações que podem gerar economia de até R$ 600 milhões pelo cálculo de De Angelis.
Ao final do triênio, o objetivo é ter um Opex em 2019 idêntico ao de 2015 (R$ 11,5 bilhões), mas conseguir fazer a TIM representar 25% da receia do mercado de telefonia móvel do Brasil. Atualmente, representa 23%.