Com 5G, o Brasil pode diminuir o gap digital
Na medida em que os serviços essenciais se digitalizam, incluindo os do governo, comércio e bancários, especialistas defendem que a conectividade deveria ganhar status de utilidade básica, como energia elétrica e saneamento. E apontam o 5G como um meio para melhorar a situação e diminuir o gap digital. Relatório anual da GSMA, divulgado na edição deste ano do MWC, estima que o 5G será a forma majoritária de internet móvel em 2029, superando o 4G, com 54% das conexões. Em mercados mais desenvolvidos, deve corresponder a 85%.
Atilio Rulli, vice-presidente de relações públicas da Huawei América Latina, destacou, durante o evento de Barcelona, que essa tendência se justifica pelo custo menor do 5G. “Consome 35% menos energia em cada estação”, exemplificou.
O Relatório da GSMA também apontou que a parcela conectada da população mundial deve ir dos atuais 68% para 73% em 2030. Mas, até lá, há muito o que fazer para enfrentar o gap digital
Ampliar o acesso à população, levando conectividade para as escolas públicas e para o campo estão entre as prioridades do governo federal, que também aponta o 5G como meio para fomentar novos negócios nas áreas rurais, por meio da conectividade.
“Levar internet para áreas que, infelizmente, não têm acesso a tecnologia é um assunto importante para o governo do presidente Lula. Nossa ideia é tratar da conexão rural como prioridade e o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) nos ajudará a tirar projetos para o setor do papel”, declarou recentemente o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que tratou do tema com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
A parceria dos dois ministérios, voltadas ao agronegócio, é fundamental para diminuir gargalos existentes nas comunidades rurais. “Estamos unidos no propósito de levar a internet para todos. É fundamental priorizar oportunidades e levar a tecnologia 5G para o campo. Esse trabalho irá reduzir custos e proporcionar um maior ganho de produtividade nas comunidades rurais”, enfatizou Fávaro.
Parceria com iniciativa privada
O futuro da tecnologia 5G e as soluções em telemedicina, educação e conectividade foram temas discutidos durante a recente visita da comitiva do presidente Lula ao Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Huawei, em Xangai, durante a viagem oficial à China.
Na ocasião, o Palácio do Planalto divulgou nota destacando que a Huawei reforçou o compromisso de trabalhar numa perspectiva de longo prazo para o desenvolvimento sustentável do Brasil como parceira em conectividade, inclusão digital, educação, saúde e reindustrialização. Ainda segundo o governo, a Huawei enfatizou seu compromisso com os projetos de conectividade digital em zonas remotas da Amazônia e ações para conectar escolas públicas.