Claro vê FWA como opção para conter avanço de ISPs, e negocia CPE mais barato
O CEO da unidade de consumo e PME da Claro, Paulo Cesar Texeira, afirmou hoje, 9, a jornalistas durante encontro em loja da operadora em São Paulo, que vem negociando com Qualcomm e Intelbras o uso de aparelhos FWA para levar banda larga às periferias.
Segundo ele, o atual produto criado pelas duas fabricantes ainda é caro para fazer frente à expansão por fibra. Com preço alto, o decodificador (CPE) não pode ser utilizado para competir com ISPs que cobram baixos preços nessas áreas das cidades.
“O FWA está no radar da Claro, mas o custo do aparelho ainda é um problema. Conversamos com a Qualcomm, que está fazendo um esforço grande para baixar o preço do chipset. Eles acabam de desenvolver um chip de baixo custo, que deve ser utilizado em produtos até o final do ano. Se chegarem com o produto final no preço que precisamos, será competitivo. Eu mesmo sugeri a eles reduzirem os recursos do chipset para baixar o custo. Já estamos testando este modelo”, afirmou.
Segundo ele, em média os planos de banda larga no Brasil das operadoras rondam os R$ 100 para acessos de 100 Mbps. “Na periferia há planos de 200 Mbps por R$ 70 reais. Então as operadoras, reguladas, com uma série de encargos, têm que competir com esse preço ou com ISPs que nem sempre estão devidamente legalizados”, afirmou.
Teixeira disse que o novo chipset em testes opera na faixa de 3,5 GHz. “Achamos ainda prematuro pensar no 26 GHz no Brasil. Vamos com o 3,5 GHz, que tem velocidades [no FWA] mais baixas”, observou. Por velocidades mais baixas, ele quis dizer cerca de 350 Mbps, com picos de 1 Gbps, a depender do horário.
O FWA é um padrão de acesso sem fio baseado no 5G. Consiste na criação de um link fixo de banda larga, com a capacidade dedicada vinda de um acesso móvel de quinta geração. O aparelho FWA é instalado na casa do cliente e irradia sinal WiFi, mas em vez de usar fibra óptica para se comunicar com a rede da operadora, usa o 5G.