Claro não quer novos leilões de frequência no curto prazo
Se depender do grupo América Móvil, dono da Claro, a Anatel não deveria licitar a frequência restante da faixa de 700 MHz antes que todas as cidades desliguem o sinal da TV analógica, nem fazer leilão da faixa de 3,5 GHz antes de 2020, 2021. Neste caso, a empresa sugere que, primeiro, seja estudada e eliminada toda a possibilidade de interferência das 20 milhões de antenas parabólicas que ocupam essa faixa para captar sinais de TV via satélite da banda C.
A posição defendida pelo vice-presidente de Assuntos Regulatórios da Claro Brasil, Oscar Petersen, durante o painel Telebrasil 2018, leva em conta que só em 2019 todas as cidades vão apagar o sinal da TV analógica. Hoje, as celulares que compraram a faixa de 700 MHz já podem operar em 1.605 cidades e mais 582 serão liberadas até o final do ano. As demais 1.246 vão ser liberadas ao longo de 2019. “Não podemos fazer investimento em novo leilão se ainda estamos investindo nas frequências compradas no leilão de 2014.
Petersen lembrou que, se olharmos os investimentos do setor nos últimos quatro anos, eles vêm caindo ano a ano, passando de R$ 32,6 bilhões em 2014 para R$ 28 bi em 2017. “Precisamos ter cuidado para não voltarmos ao nível de 2012, quando o setor investiu R$ 25,8 bilhões”, afirmou.
Quanto à alteração do limite de espectro das empresas, disse que a Claro Brasil aceita a mudança desde que todos tenham oportunidades iguais nos novos leilões ou nas consolidações. “Não queremos regras específicas para alguns chegarem ao novo CAP”, afirmou.
Colocou-se ainda contra o roaming permanente que poderá abrir o mercado para novos operadoras que não investiram no país, nem cumprem nenhuma das obrigações exigidas dos atuais players e defendeu a redução de tributos para as antenas VSAT.