China Unicom é a segunda operadora chinesa expulsa dos EUA
A Comissão Federal de Comunicação (FCC) dos Estados Unidos revogou a autorização da China Unicom Americas para atuar na área de telecomunicações do país. A subsidiária da estatal chinesa terá 60 dias para retirar suas operações do país contados a partir da emissão da ordem de ontem, 27.
“A Comissão considera que a ação protege as infraestruturas de telecomunicações do país contra possíveis ameaças de segurança”, diz a nota da FCC. Em março de 2021, a China Unicom foi convocada pelo órgão para prestar informações, mas a FCC afirmou que a empresa falhou em dissipar suas preocupações.
Assim como a China Telecom, expulsa dos EUA em 2021, a China Telecom também estaria sob influência e controle do governo chinês, segundo a FCC. Portanto, o órgão considerou ser bastante provável que a estatal “seja forçada a cumprir com os pedidos do governo chinês sem procedimentos legais suficientes para supervisão judicial independente”.
Isso permitiria que a China espionasse os EUA por meio do acesso, interrupção e/ou roteamento das comunicações do país. A FCC ainda argumentou que a representação e condução da empresa na Comissão e no Congresso dos EUA demonstraram “uma falta de franqueza e confiabilidade”.
Precedentes
Outra companhia chinesa, a China Telecom teve de retirar suas operações dos EUA neste mês. A operadora chegou a entrar na justiça contra a ordem da FCC, mas teve seu pedido de recurso negado. A corte argumentou que a companhia “não cumpriu os requisitos rigorosos para uma suspensão até revisão do tribunal”. A FCC enviou ao tribunal uma petição em que defendia sua posição inicial publicada no fim de outubro.
A retirada das duas operadoras estatais chinesas teve como precedente a criação de uma lei pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2020. O texto estabelecia que o Comitê para Avaliação da Participação Estrangeira no Setor de Serviços de Telecomunicações dos Estados Unidos tinha a tarefa de avaliar as licenças e aplicativos atuais. O Comitê devia fornecer recomendações à FCC para rejeitar, negar ou aprovar condicionalmente cada solicitação em nome da segurança nacional. (Com assessoria de imprensa)