China Mobile anuncia expansão no Brasil e planos para MVNO

A operadora China Mobile está construindo backbone no Brasil, vai montar data center no Rio de Janeiro, e negocia criação de operação virtual móvel
Executivos da China Mobile, de empresas e entidades chinesas, da Vivo e da Claro, cortam a faixa de inauguração do novo escritório, em São Paulo
Executivos da China Mobile, de empresas e entidades chinesas, da Vivo e da Claro, cortam a faixa de inauguração do novo escritório, em São Paulo

A operadora China Mobile inaugurou hoje, 24, em São Paulo, seu novo escritório. O evento, para convidados, teve participação de todas as grandes operadoras nacionais e algumas de menor porte. Ali, os executivos da companhia apresentaram planos de expansão no país através da construção de um backbone de fibra, de atendimento ao mercado corporativo, de novas parcerias com as operadoras e do lançamento de uma operadora móvel virtual (MVNO).

A MVNO, por enquanto, não tem data para sair do papel. A China Mobile está estudando o mercado local a fim de definir se vale à pena competir pelo consumidor comum, ou se as oportunidades se concentram no segmento IoT, explicou Leana Zhang, responsável pelo negócio de operadoras no Brasil. A operadora virtual será credenciada de alguma operadora local.

“No momento estamos em negociação e avaliando como este negócio e como o mercado brasileiro vai evoluir. Mas será uma MVNO para atender clientes locais”, afirma a executiva ao Tele.Síntese.

A China Mobile chegou ao Brasil em 2017, quando passou a comercializar linhas dedicadas, SMS, e serviços de TI para empresas estrangeiras com presença local. Aos poucos, fechou acordos de roaming e capacidade internacional com as operadoras brasileiras.

Em 2022, começou a construir uma rede de transporte própria de fibra, que ficará pronta em 2024. No mesmo ano, vai colocar em pé um data center no Rio de Janeiro, onde vai inaugurar outro escritório, diz Zhang. Atualmente, a China Mobile tem 14 pontos de presença e gateways SD-WAN no Brasil.

Novos produtos

A empresa está trazendo para o país a ISolutions, conjunto de produtos para o mercado corporativo. No mundo, 8,4 mil empresas utilizam os serviços digitais da China Mobile. A ISolutions mira os segmentos bancário e de finanças, manufatureiro, de transporte, de logística para internet, de varejo, e do agro. Entre os produtos que pretende comercializar há MPLS VPN, nuvem móvel, trânsito IP, EVPN, SD-WAN.

Outra área que vai trazer ao país é a IConnect. Esta reúne soluções de casa inteligente para o consumidor final. No caso, oferece gateways para conectar uma casa inteligente por 5G. A solução pode incluir controles por voz, vigilância, acompanhamento de saúde do consumidor, e até específicos para idosos e estudantes. A ideia é comercializar isso através de parcerias junto às operadoras locais.

Por fim, a empresa revende em outros países produtos com as marcas CMLink e JegoTrip no mercado pessoal. São chips móveis para oferta de conectividade de dados para dispositivos IoT, de alcance mundial, e para pessoas físicas. O CMLink está sendo oferecido a fabricantes chinesas de veículos que chegaram ao Brasil ou exportam para cá.

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Rafael Bucco

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