CEO da Ericsson aposta na 5G para empresa retomar o crescimento

Börje Ekholm diz, em assembleia com acionistas, que estratégia de corte de custos e foco em rádio já dá resultados, com retorno ao crescimento do market share em rádios.

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O CEO da Ericsson, Börje Ekholm (foto), afirmou hoje, 28, durante assembleia geral de acionistas, que a empresa está no caminho da recuperação. O executivo defendeu a estratégia de cortar custos e focar no desenvolvimento de sistemas para redes de telecomunicações para retomar o crescimento.

Afirmou que a participação da companhia no mercado de rádios (small cells e radiobases) voltou a crescer em 2017, após “vários anos de queda”. O motivo seria a reorganização dos custos da companhia, que vendeu parte da unidade de mídia e passou a concentrar capital na contratação de engenheiros para fazer P&D em redes. Em 2017, a Ericsson contratou 2 mil engenheiros para o setor de pesquisa. A missão dada a eles é garantir a “liderança no mercado na 5G e continuar a otimizar o portfólio 4G”.

Terão de fazer isso enquanto a empresa segue com os cortes de custos, feitos país a país. Até 2020, o grupo promete reduzir seus custos operacionais em 10 bilhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,2 bilhão). Já em meados deste ano, espera atingir 60% dessa economia.

A aposta recai, então, sobre a quinta geração das redes móveis (5G), segmento que ficou aquecido no final de 2017. Ekholm garante que ainda este ano redes 5G construídas pela Ericsson serão ativadas no mundo. E que a demanda será muito maior em 2019, com a chegada ao mercado dos smartphones compatíveis com tais redes.

No primeiro momento, ele vê a expansão da banda larga móvel como oportunidade para as operadoras na 5G. Depois, virão a internet das coisas e os acessos de banda larga fixos. Mas será a IoT, potencialmente, a maior geradora de receita para as teles com o advento da quinta geração.

“Estamos confiantes que nossas escolhas estratégicas vão resultar em uma Ericsson mais forte e bem-sucedida no longo prazo. Mas, como vocês sabem, não estamos lá ainda”, ressaltou o CEO da companhia sueca.

Concorrência

No horizonte, a Ericsson terá de enfrentar rivais Nokia e Huawei, que também focam o desenvolvimento de sistemas para redes do futuro. E terá de competir até com suas clientes, as operadoras.

A AT&T, tele que promete lançar rede 5G nos Estados Unidos com base em tecnologia da Ericsson ainda este ano, anunciou há três dias um programa para usar 60 mil small cells e roteadores sem marca em suas torres “nos próximos anos”. O intuito seria não ficar presa à tecnologia desenvolvida por uma outra fabricante de equipamentos de rede.

“Estamos escrevendo nós mesmos os softwares para esses equipamentos e especificações de hardware aberto para fazê-los funcionar”, falou o CTO da AT&T, Andre Fuetsch, em comunicado. As white boxes serão orquestradas através da ONAP, plataforma aberta de automação de rede, e usarão um sistema operacional livre criado pela própria operadora, chamado dNOS, que será compartilhado a outros players da indústria.

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Rafael Bucco

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