Cade pode levar até 6 meses para julgar fusão Claro/Nextel
O Comitê Administrativo de Defesa Econômica (Cade) tem 90 dias, prorrogáveis por mais 90, totalizando até seis meses, para julgar o recurso interposto pela TIM a respeito da fusão Claro/Nextel. Ou seja, o órgão tem até 26 de janeiro ou 25 de abril para chegar a uma decisão.
No relatório dos resultados trimestrais divulgado hoje, 5, a atual controladora da Nextel, NII Holdings, diz não acreditar, porém, que o Cade prorrogue o período de análise, uma vez que isso se dá apenas em “circunstâncias limitadas”.
A NII afirma que tanto a holding, como a Claro, consideram a apelação da TIM sem mérito e estão “trabalhando para contestá-la e receber a aprovação final do Cade o mais rápido possível”.
A controladora da Nextel avisa os acionistas que, se o Cade tomar alguma medida com base no recurso da TIM, é possível que haja reflexos na fusão. “Caso o Cade imponha condicionantes para a transação, isso poderia atrasar ou mesmo impedir o negócio de ser concluído”, avisa.
Fundos
Se a decisão desfavorável não melar a transação, apenas postergá-la para além de 31 de dezembro, a NII avisa que, por contrato, negociará com a América Móvel (Claro) um orçamento operacional para todo o ano de 2020. Também será feita emenda no contrato para ampliar o prazo de fechamento da venda até 31 de março de 2020.
Isso porque a Nextel está com pouco dinheiro em caixa. Segundo o balanço do terceiro trimestre, a empresa tinha US$ 29,3 milhões para financiar suas atividades, além de US$ 103 milhões guardados em uma conta garantia no México, que a empresa tenta liberar, mas por enquanto não pode ser tocada, e outros US$ 51,5 milhões em ativos que poderiam ser vendidos no curto prazo.
“Contanto que a venda da Nextel Brasil ocorra até o final do primeiro trimestre de 2020, acreditamos ter fontes suficientes de recursos para manter a operação. Contudo, caso a venda não se complete, ou atrase para além do primeiro trimestre, teremos de alterar nosso plano de negócios para reduzir drasticamente os custos e buscar fundos adicionais”, diz o relatório. No pior cenário traçado pela holding, em que a venda não é concluída e o dinheiro na conta garantia mexicana não é sacado, há o risco de falência.