Cabo submarino Brasil-Espanha começa a operar em 2019

Alcatel Submarine Networks foi escolhida para lançar o cabo, que terá cerca de 9,2 mil Km.
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Material ilustrativo distribuído pela Ellalink mostra a rota do cabo, cruzando o Oceano Atlântico

A Ellalink, joint-venture formada pela estatal Telebras e a empresa espanhola Eulalink, anunciou hoje, 24, que o cabo Brasil-Espanha entrará em operação comercial em 2019. A construção ficará a cargo da Alcatel Submarine Networks (ASN), empresa do grupo Nokia, vencedora de concorrência feita no começo do ano.

A previsão é que o cabo demande investimentos de US$ 206 milhões. Desse total, cerca de US$ 27 milhões virão apenas do projeto Bella, iniciativa de conexão entre instituições academêmicas financiada pela Comissão Europeia. O restante ainda será rateado entre clientes âncora, Telebras e fundos de investimento. O fechamento financeiro ainda está acontecendo, e seu formato deve ser concluído em três a seis meses, conforme Marcelo Rehder, CCO da EllaLink.

O cabo será o mais rápido já construído para conectar Brasil e Europa. “A conexão vai reduzir o tempo de transmissão de dados em 40% entre Brasil e Europa”, disse Mariano Rajoy, presidente de governo da Espanha, que compareceu ao evento de anúncio da ASN como fornecedora, feito hoje, em São Paulo.

Saíra de Fortaleza (CE) rumo a Sines (Portugal), totalizando 9.189 Km. De Portugal, irá para Madri (Espanha) e outras cidades da Europa. No Brasil, os ramais chegarão a Praia Grande e São Paulo. Estuda-se ainda extensões para as Guianas, Cabo Verde, Ilhas Canárias e Madeira. Terá capacidade de 72 Tbps, com quatro pares de fibra óptica. Atualmente, há apenas um cabo submarino ligando diretamente Brasil e Europa, construído em 1999 e com capacidade de cerca de 20 Gbps, pertencente a um consórcio de quase 20 empresas.

O Ellalink é resultado de uma novela. Anunciado no governo Dilma Rousseff em 2012, era parte de um projeto de interconexão mundial, que previa ligações do Brasil também com a África e, mais tarde, lançamento de dois satélites. Tudo para diminuir a dependência de rotas de dados que passem pelos Estados Unidos. A parceria da Telebras no cabo africano foi abandonada por falta de recurso. Já os satélites brasileiros se transformaram em um só, o SGDC, que será laçado em maio, após revisões de custos, licitações anuladas e mudanças no modelo de negócio.

A joint-venture tem 35% de capital da Telebras, e o restante da empresa espanhola. Foi formada em 2015, ainda com previsão de entrada de um fundo no capital social. Ficará responsável por toda a comercialização da capacidade. A expectativa é que parcela significativa de seu uso seja destinado ao intercâmbio científico entre os países.

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Rafael Bucco

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