Brasil precisa se unir ao Mercosul em prol do alimento
O Brasil deve unir forças aos demais países do Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai – para fortalecer a região na geopolítica internacional, fundamental para o fornecimento de alimentos para o planeta e segurança alimentar global, segundo divulgou nesta terça-feira, 10, o Comitê de Relações Internacionais Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), durante reunião com representantes do Grupo de Países Productores del Sur (GPS).
Para Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG, a coordenação para o trabalho do Brasil com os três países está mais importante do que antes da pandemia, pois, nesse momento, a situação geopolítica é delicada e a fragilidade da Organização Mundial do Comércio (OMC) é uma preocupação.
“Temos capacidade de aproveitar as oportunidades que estão surgindo nesse novo arranjo global, enfatizando nossos valores, uma vez que o Mercosul conta com dois elementos centrais para a geopolítica: energia e alimento”, disse.
Carvalho comentou ainda que, em junho, haverá uma reunião com a OMC, por isso será necessária uma coordenação efetiva para que os países do Mercosul possam se preparar de forma a apresentar as propostas da região. “Não temos muito tempo, porém essa reunião é vital para nós e, também, para a OMC”, observou.
Para Ingo Ploger, coordenador do Comitê de Relações Internacionais da ABAG, a pandemia colocou as cadeias produtivas globais em uma nova situação, sendo preciso focar mais agora na cadeia de suprimentos, cujos efeitos foram uma inflação mundial. “Essas circunstâncias levaram as cadeias a procurarem suprimentos mais próximos, a fim de diminuir a dependência da Ásia”, disse. Já a invasão da Rússia à Ucrânia, segundo ele, trouxe também uma reavaliação dos países quanto à questão energética e, também, em termos do fornecimento de alimentos.
Na avaliação de Guillero Valles Gálmes, embaixador do Uruguai no Brasil, a posição de defesa do Mercosul mostra que ele deve estar unido e integrado, porque o sistema multilateral se enfraqueceu e não é possível prever ainda quais serão as regras e as instituições que regerão os próximos decênios.
(Com assessoria)