Brasil poderá ter Unicórnio agrário, prevê fundo de investimento SP Ventures
Nos últimos cinco anos, o Brasil conseguiu criar empresas de tecnologia de mais de 1 bilhão de dólares, batizadas como “unicórnio”. E as empresas que se destacaram são fintechs (como o Nubank) ou empresas voltadas para a mobilidade urbana, como o 99 taxi ou o Ifood. O setor rural brasileiro, responsável por 23% do PIB, não conseguiu, no entanto, ainda essa façanha. Mas essa realidade pode estar mudando, afirmou hoje, 9, Francisco Jardim, CEO da SP Venture, no Agrotic 2019, realizado pela Momento Editorial, Bit Social e EsalqTech, em Piracicaba.
Conforme o executivo, o possível surgimento de grandes empresas nesse segmento deverá vir a partir da iniciativa de algumas start ups que estão alterando o seu modelo de negócios, até agora baseado na cobrança da tecnologia por hectare de terra beneficiado. ” O modelo de negócios da maioria das agritechs está calcado na cobrança de alguns reais por hectare de produto. E esse modelo acaba tornando muito difícil extrair a a receita do produto, o que praticamente inviabiliza o surgimento de um unicórnio”, alertou Jardim.
Mas começam a surgir novas ideias, afirmou. E elas estão voltadas para as áreas de seguro e créditos agrícolas, as quais, em sua avaliação, têm plenas condições de se viabilizarem como grandes corporações. “Essas empresas de tecnologia estão próximas ao produtor, e por isso podem melhor precificar os riscos para a realização de empréstimos agrícolas e servirem de protagonistas para seguro ou créditos rurais”, apontou.
Já para Anderson Pivotto, hunter de Inovação do banco Sicredi, que tem uma carteira de crédito de R$ 60 bilhões, dos quais 45% são direcionados para o campo, as start ups para o segmento agrícola precisam criar sistemas integrados, capazes de atender também os pequenos e médios produtores. ” Precisamos de tecnologias escaláveis e de baixo custo”, enfatizou.