Brasil investe pouco em inteligência artificial para a saúde

O aporte previsto no país é de R$ 70 milhões, muito abaixo em relação a países como China, Coreia e Espanha, lamentou o consultor de IA, Eduardo Prado, ao participar do 5x5 TecSummit

A real implantação da inteligência artificial (IA) no setor de saúde abrirá um leque de oportunidade para diversas aplicações. Em talk show, realizado no5x5 TEC Summit, nesta terça-feira 8/12, o consultor de IA, Eduardo Prado afirmou que o setor da saúde ainda é muito analógico, mas admitiu que a pandemia acelerou a digitalização do segmento.

Além da predominância analógica, com o setor  muito baseado em atendimento presencial, a ausência de interoperabilidade dos dados de saúde e a baixa utilização de inteligência artificial foram outros desafios levantados por Prado para serem vencidos no segmento  rumo a adoção de novas tecnologias e para um atendimento melhor ao cidadão. A tendência, observou, agora, é partir para digitalização, uma vez que a pandemia acelerou o processo de interação digital com pacientes. “Houve um aumento brutal do atendimento de telemedicina e órgãos reguladores no mundo estão fazendo força para as instituições abrirem dados e interoperabilizá-los”, apontou.

Entre as aplicações mais promissoras, Prado apontou a implantação de atendimento por meio de tecnologias de voz no SUS, análises de imagens remotamente, ampliação da medicina preditiva para doenças crônicas e do uso de inteligência artificial para telemedicina, além da maior utilização de data analytics. “O big data é crucial na saúde. Mas não se faz uma transformação digital sem mexer com as pessoas”, assinalou o especialista. No caso da Inteligência Artificial, a grande aposta é o seu uso para aperfeiçoar a medicina preventiva. “É assim que se vai reduzir custos e melhorar o atendimento”, adicionou.

Eduardo Prado lamentou o fato de o Brasil estar atrasado ‘há pelo menos oito anos no uso de Inteligência Artificial’ e disse que o maior gargalo nacional segue sendo o baixo investimento público na tecnologia. Prado observou que a China está investindo US$ 15 bilhões para se tornar, em 15 anos, líder mundial em IA em 2030. A Coreia anunciou um aporte de US$ 1 bilhão. A Espanha, um aporte de US$ 735 milhões. No Brasil, o aporte previsto é de R$ 70 milhões. “A distância é muito grande em relação ao mundo”, lamentou.

Também impacta no maior uso da inteligência artificial um entrave nacional: a formação de mão-de-obra. “Temos de melhorar muito a formação dos nossos profissionais. Há esforços sendo feitos como os centros de IA, mas ainda há muito por fazer e avançar”, completou o especialista.

O 5×5 TecSummit, evento organizado pelo Convergência Digital, Mobile Time, Tele.Síntese, Teletime e TI Inside, até o dia 11 de dezembro. Amanhã, dia 09, a discussão será sobre energia. No dia, 10, a vertical em debate será finanças. O evento encerra com uma discussão sobre o impacto da indústria de entretenimento no BrasilInscreva-se.

 

 

 

 

 

 

 

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Da Redação

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