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5x5 TEC Summit

5G trará impactos interessantes para o entretenimento, prevê Huawei

O diretor de soluções da Huawei, Carlos Roseiro, destaca três grandes frentes de abertura de negócios: games, metaverso e indústria de streaming, principalmente de conteúdo ao vivo.
Impactos do 5G para o entretenimento
Para Roseiro, da Huawei, até mesmo as transmissões ao vivo mudarão. Crédito- 5×5-TEC-Summit

“O 5G causa impactos interessantes em todas as indústrias, inclusive a do entretenimento, onde realmente pode aumentar as oportunidades de geração de negócios. Para esse mercado, destaco três grandes frentes de abertura de negócios: games, metaverso e indústria de streaming, principalmente de conteúdo ao vivo”, resumiu o diretor de soluções da Huawei, Carlos Roseiro.

Ele participou da terceira edição do 5×5 TEC Summit, evento organizado pelos portais Convergência Digital, Mobile Time, Tele.Síntese, Teletime e TI Inside, para falar sobre a chegada do 5G e a oferta de conteúdos, uma vez que a tecnologia abre uma nova perspectiva de consumo, permitindo que as pessoas utilizem dispositivos fora do ambiente doméstico com qualidade.

“Estamos enxergando que a conectividade permite levar o cloud gaming para qualquer lugar. E através disso conseguimos acessar um público-alvo de usuários muito maior – muitos deles talvez não tenham a capacidade econômica de comprar um console ou um smartphone mais caro. A ideia é realmente, para a indústria de jogos, aumentar número potencial de usuários, que já é gigante, e tem espaço para crescer ainda mais”, explicou.

“Inicialmente falávamos em realidade virtual, mas hoje acredito que o nome metaversos, no plural, seja mais adequado. Tem várias iniciativas dos grandes players de internet nesse sentido. Na Coreia, por exemplo, existem metaversos que já somam mais de 1,5 milhão de usuários mensais ativos, com mais de uma hora de uso por dia, e um total acumulado de oito milhões de downloads. O país é um exemplo de operadora 5G sendo usada com foco no móvel, um caso concreto de metaverso com funcionamento proveniente do 5G. Nesse caminho, mais metaversos aparecerão e trarão para indústria do entretenimento grandes novidades”, apontou.

“Já em vídeo, a perspectiva de consumo estava estática há muitos anos. Hoje já temos o VoD, onde o usuário escolhe o que quer assistir. O próximo passo é ele escolher como vai assistir inclusive as transmissões ao vivo. O 5G traz a tendência de que, principalmente em conteúdos esportivos, eu controle a experiência que quero ter, a perspectiva da qual quero assistir. O vídeo pode passar por grandes mudanças de funcionalidades e valor agregado, que também gerarão novos negócios”, afirmou.

Investimentos são suficientes 

Todas as novidades de impactos do 5G previstas pelo especialista envolvem um consumo com baixa latência, alta velocidade e tráfego bidirecional. Sendo assim, para as operadoras explorarem o entretenimento a partir do 5G é necessária uma capacidade que dê suporte a tudo isso. Falando dos investimentos necessários por parte dessas empresas, Roseiro acredita que “o básico está sendo planejado”. Ele discorre: “As operadoras já estão com um bom plano de cobertura. Estão fazendo a arquitetura para entregar o necessário. O lado das operadoras está confortável, mas é preciso que haja um trabalho em conjunto entre elas e os parceiros para que essa boa experiência que estamos falando seja, de fato, entregue. A base da operadora vai ser atendida. Agora, é melhorar cada vertical dos parceiros”.

Para ele, a evolução do 5G no Brasil está indo bem e os impactos em diferentes verticais não demorará.  O especialista compara com outros países: no Oriente, onde a tecnologia foi lançada há três anos e meio, as taxas de penetração estão em torno de 30%, com tráfegos acima de 50% nessa rede. Já na Europa, onde o lançamento aconteceu há cerca de dois, dois anos e meio, as taxas estão em torno de 20%. No contexto América Latina, o Brasil está na frente: nos seis meses da chegada do 5G, a penetração já chegou aos 5%, “o que é relativamente bom, considerando o tempo e a limitação geográfica regulamentar, uma vez que ele ainda não foi aprovado em todo o país”. Para Roseiro, chegaremos à penetração de 20% num tempo mais curto do que a Europa.

Monetização de novas aplicações 

Até o momento, não existe uma preocupação em monetizar essas novas aplicações que podem surgir com o advento do 5G. As operadoras estão lançando a tecnologia como um upgrade natural na perspectiva de aumento de receita com consumo de mais franquia por parte dos clientes. Mas pode ser que, futuramente, isso mude. “É perfeitamente possível que surjam pacotes dedicados a vídeos e games a fim de monetizar as novas possibilidades impulsionadas pela chegada do 5G. Esses planos existem lá fora. Aqui, eu diria que a evolução natural desses pacotes que hoje oferecem zero rating é melhorar a experiência dessa vertical. O caminho começa na franquia, segue para os bundles de serviços convencionais e depois chega aos bundles de serviços 5G e produção de conteúdo 5G. É normal que, nos conteúdos 5G, esses bundles já venham com experiências diferenciadas para os parceiros”, avaliou o especialista.

“Para o próximo ano, podemos esperar grandes surpresas. Destaco sempre que não é primeiro o conteúdo e depois a rede, e sim o contrário. Primeiro se trabalha a rede e, depois, investe em novos conteúdos. No futuro, novas aplicações e serviços certamente irão aparecer”, concluiu.

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