Brasil demonstra na UIT que 5G não interfere na faixa de 27 GHz do satélite

A faixa de 26 GHz poderá ser indicada, em 2019, para a 5G em todo o globo.

shutterstock_Natali Glado_abstrata_radiodifusao_geral_frequenciaEm reunião preparatória para a conferência de radiofrequência da União Internacional de Telecomunicações (UIT), realizada na semana passada em Abu Dabi, a Anatel apresentou, em nome do Brasil, o estudo que comprova a viabilidade técnica para se usar a faixa de 26 GHz (que tem a extensão de 24,25 GHz a 27,5 GHz) para a próxima geração da telefonia móvel, a 5G.

A preocupação do Brasil e de demais países que têm intenso uso da solução satelital é evitar que haja interferência entre esses dois serviços na borda do espectro. Isso porque a banda Ka (propícia para a banda larga) está ocupando o espectro entre 27 GHz a 30 GHz. O estudo apresentado pelo Brasil consegue confirmar que a 5G, se chegar até a faixa de 27,5 GHz, não provoca interferência na transmissão via satélite, como temiam alguns países, como a Rússia.

Esse estudo, diz o gerente de frequência da Anatel, Agostinho Souza, contribui para fortalecer uma provável escolha dessa banda para a 5G na conferência da UIT, que será realizada em 2019. Se for  aprovada, serão reservados 3.250 MHz para os próximos serviços da rede móvel.

5G

Mas como vem aí a IoT e banda larga móvel com capacidade de fibra óptica, diz Souza, muitas são as faixas em disputa pelo globo, e o problema é conseguir harmonizá-las entre os países. Nas região das Américas, por exemplo, diferentes países estão apontando as frequências de 3,3 a 3,4 GHz e de 3,6 a 3,7 GHz para a 5G, além da faixa de 3,4 GHz a 3,6 GHz já aprovada pela UIT. E a Europa, por sua vez, está sinalizando que vai destinar o espectro de 3,4 GHz a 3,8 GHz para a 5G.

Para o Brasil, explica Souza, há problemas com essa proposta, pois aqui já está destinada a frequência de 3,6 a 3,8 GHz para os serviços via satélite.

O país  está prestes a destinar  100 MHz para a 5G no espectro entre 2,3 GHZ a 2,4 GHz. A proposta  está para deliberação do Conselho Diretor da Anatel, depois de ter passado por consulta pública. Esse refarming irá deslocar os serviços auxiliares de TV para outras frequências.

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Miriam Aquino

Jornalista há mais de 30 anos, é diretora da Momento Editorial e responsável pela sucursal de Brasília. Especializou-se nas áreas de telecomunicações e de Tecnologia da Informação, e tem ampla experiência no acompanhamento de políticas públicas e dos assuntos regulatórios.
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