Bondholders se unem e impõem condições ao plano de recuperação da Oi

Grupos representados por Moelis, G5 Evercore e FTI Consulting calculam que já forma maioria para a assembleia de credores da Oi, ainda sem data marcada. E exigem que dívidas sejam convertidas em 88% do capital, além de prever capitalização de R$ 3 bilhões garantida entre os credores e reforma da governança da empresa.

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Três grandes grupos de credores da Oi resolveram unir forças para impor suas posições à diretoria da operadora, no que diz respeito ao plano de recuperação judicial.

Os grupos são aqueles representados pelas assessorias Moelis e pela G5 Evercore, e o China Development Bank e outras agências exportadoras de crédito, representadas pela FTI Consulting. Juntos, eles detêm papéis de dívida da companhia que somam R$ 22,6 bilhões, o que representaria um porcentual de votos na assembleia de credores de 51% a 52% – desconsiderando a Anatel.

Esses grupos emitiram um comunicado nesta noite, 23, no qual traçam condições para concordar com o plano de recuperação da Oi, cuja dívida total da Oi ultrapassa os R$ 65 bilhões.

De acordo com os grupos, o plano apresentado tem algo fundamental: a estratégia de capitalização da companhia. Medida exigida também pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para garantir os investimentos futuros, a proposta prevê a injeção de capital novo na tele. Reclamam, no entanto, que a tele nunca se aproximou deles para apresentar uma proposta.

Condições

Por isso, resolveram se antecipar. Afirmar que só aprovam a reestruturação se a operadora se comprometer a: garantir a injeção de capital novo, no valor de R$ 3 bilhões por membros dos Grupos de Credores, reduzir a dívida por meio da conversão de R$ 26,1 bilhões em bonds em 88% do capital da Oi já reestruturada, e montar uma nova estrutura de governança.

Eles também dizem que aprovarão o plano de recuperação desde que haja uma “resolução satisfatória de todas as reivindicações e créditos regulatórios e pagamentos (recuperação de créditos) equivalentes entre todos os credores financeiros quirografários em relação aos seus respectivos créditos, incluindo o tratamento igualitário a todos os detentores de bonds”.

Ou seja, se a Oi conseguir negociar sua dívida com Anatel e pagar de modo “igualitário” todos os detentores de bonds, retirando os diferentes níveis de quitação da dívida previstos na proposta.

Os bondholders afirmam que já estão negociando com outro credores da Oi para obter consenso em torno dessa proposta.

Proposta da Oi à Anatel

A Oi deve apresentar à Anatel, nesta quinta-feira, 24, seu plano de recuperação já com modificações, feitas a pedido da agência. A autarquia não ficou satisfeita com o projeto de capitalização de até R$ 8 bilhões, apresentada no início do mês e pediu garantias de que o aporte seria feito.

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Rafael Bucco

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