Claro alega que cliente não sente falta de 14 canais de TV aberta em sua programação
Os brasileiros não reclamam da ausência dos 14 canais de TV aberta na programação de TV paga. Essa constatação pode ser confirmada pelos índices de reclamação nos Procons, na Anatel e nas próprias operadoras. E essa seria uma das razões, no entender da Claro, que inibiriam a proposta da Anatel de obrigar as operadoras de DTH a entregar gratuitamente os conversores híbridos, para carregar os sinais de TV aberta, a seus clientes.
“A percepção de valor para o assinante é nula”, afirmou Anal Luiza, da Claro, em audiência pública realizada hoje, 31. Para a empresa, a mudança do regulamento do SeAC proposta pela Anatel pode também provocar problemas de competitividade entre as operadoras com a tecnologia de DTH (via satélite) e de cabo e fibra óptica.
Conforme os números apresentados pela ABTA, são as operadoras de DTH que atendem os estados mais pobres e a população de baixa renda. Em 12 estados brasileiros, o market share do DTH é de 70% ou maior. No Ceará o DTH tem 80% do mercado, no 74% Pará, 77%, em Rondônia, 74% no Acre, 72% em Goiás.
Segundo o economista Arthur Barrionuevo, quando se aumenta 1% no preço do serviço de TV por assinatura, cai 2% a base de clientes. “Em 2021, se for mantida a proposta da Anatel aos custos por nós calculados, de R$ 600 milhões, teríamos menos 950 mil assinantes”, estimou ele.
Anatel
Para o superintende de Regulação da Anatel, José Alexandre Bicalho, o custo do conversor (híbrido ou não) não é o principal fator que onera as operadoras de TV paga. Segundo ele, a Anatel e a Ancine estudam alternativas para reduzir os custos de programação.